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Um guia completo de yoga para iniciantes

É hippie? É religião? Serve como exercício? O “Metrópoles” esclarece o que é e qual o melhor tipo de yoga para quem quer se aventurar na prática

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People Relaxing and Doing Yoga
1 de 1 People Relaxing and Doing Yoga - Foto: iStock

A sala cheira a incenso e tem almofadas com temática budista. O instrutor usa um terceiro olho e te pede que respire profundamente enquanto você leva as duas mãos unidas ao peito. “Namastê”, ele diz.

Morre de preguiça só de pensar nisso? Talvez você só precise exercitar um dos ensinamentos da prática – o de abrir o coração – e se entregar ao exercício que, além de deixar o corpo em forma, ainda promete leveza de mente e espírito. Mas será que precisa ser meio hippie para curtir?

Os asanas – como são chamadas as posições da yoga – começaram a dominar perfis moderninhos no Pinterest e no Instagram com frases zen ou nem tanto. Além de ser uma espécie de meditação ativa ou um jeito “zen” de deixar o abdômen trincado, a prática envolve um conjunto de outras ações, como a regulação hormonal, tudo ligado à medicina ayurvédica, de onde nasceu a coisa toda.

Tem abdômem e tem Namastê
“Tinha um instrutor que dizia ‘a pessoa chega querendo o corpo, o abdômen. Entrega isso para ela, e depois deixa ela descobrir o resto’”, exemplifica Daniel Sales Arantes, terapeuta ayurvédico e proprietário do espaço Swaha.

Segundo Daniel, é comum que a pessoa estenda seu tapetinho buscando apenas os benefícios físicos da prática, mas acabe se envolvendo na filosofia. “A yoga é um processo de dentro para fora. Muda até a alimentação, de maneira natural. O seu corpo fala mais com você”, comenta.

O relaxamento que muitos procuram na yoga, por exemplo, não vem da parte meditativa – às vezes ela é bem sutil, na verdade. Mas sim da respiração, uma parte muitíssimo importante da prática (tem até treino só para que ela). Se controlada, ela corta a liberação de cortisol, o hormônio do estresse, e estimula a de endorfina.

Só que entre vencer a cara feia para as poses de Namastê na cachoeira e iniciar a prática, vale entender que nem toda yoga é igual. Escolher uma – e isso pode ser feito com a ajuda de um instrutor – que atenda melhor os seus objetivos é o primeiro passo.

Algumas são mais físicas e dinâmicas, outras mais leves ou variam a intensidade de acordo com o momento. Se você está entre a preguiça e o tapetinho, conheça as modalidades de yoga:

Hatha Yoga
Provavelmente é essa a mais conhecida porque é a mãe de todas as outras. O Hatha Yoga é baseado em asanas – em bom português, posições confortáveis – que visam trazer o praticante “de volta ao corpo dele”, como explica Daniel Arantes. “O Hatha Yoga pode ser bem físico, mas a verdade é que a maioria dos instrutores dá aulas de Hatha Yoga mais lentas e tranquilas”, diz. Como a ideia é ser confortável, você provavelmente não vai sair de lá com dor na lombar depois de ter se virado do avesso em uma pose.

Ashtanga Yoga

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Essa sim é para você que está louco pelos corpos sarados dos praticantes das redes sociais. A Ashtanga Yoga é provavelmente a modalidade mais “física”, com sequências de asanas fixas que devem ser exercitados pelo praticante até que se chegue à perfeição – pelo menos na teoria.

Uma série A, a mais fácil e de onde dificilmente os alunos sairão, avisa Daniel, pode levar de uma hora a uma hora e meia até ser concluída. As sequências exigem – e treinam – os músculos, mas o ritmo fica a cargo do instrutor. “O objetivo da Ashtanga é o despertar do guerreiro, trazer a energia do sol, por isso costuma ser forte, mas você pode ter uma prática meditativa também na Ashtanga”, diz.

Kundalini Yoga
Essa yoga é para quem é mente aberta, já que usa mantras cantados para ritmar a prática. Apesar de ter instrutor, Daniel diz que esse tipo de yoga é mais “sensorial”. Geralmente o praticante fica de olhos fechados a maior parte da aula e o professor é proibido de encostar no aluno para corrigi-lo. A jornada é toda do aluno. O que não significa que ela seja suave – você provavelmente vai sair pingando de suor em muitas práticas.

Vinyasa Yoga
Ela é prima da Ashtanga, com asanas parecidas. A diferença, como explica Daniel, é que ao contrário da modalidade que a originou, as sequências são livres, os chamados “flows” ou fluxos, em português. O praticante brinca com as posições de acordo com a vontade, necessidades do corpo e tempo naquele dia. Aqui também é a respiração que manda. “Em qualquer yoga a respiração dá o tom da aula”, ensina o instrutor. A Vinyasa é forte, quente e dinâmica.

Iyengar Yoga

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Se você já viu por aí cadeiras para prática de yoga, cintos pendurados nas paredes em estúdios e blocos de apoio, eles pertencem à Iyengar, uma modalidade desenvolvida por um mestre tão ruim de flexibilidade que chegou a ser rejeitado como instrutor. Por isso ele desenvolveu métodos de se colocar corretamente nas posturas mesmo que seu corpo não conseguisse.

O foco aqui é o alinhamento perfeito nos asanas e o trabalho forte nos chakras – os sete centros energéticos distribuídos pelo corpo. Como o tempo de permanência nas poses é maior aqui, espere um bom exercício para os músculos.

Yogilates
Se você não consegue se decidir entre o pilates e a yoga, essa é a sua modalidade. A yogilates alia a respiração da yoga – centrada no abdômen – às posturas do pilates. Como a ideia é estabilizar o tronco com a força do abdômen, a região central do corpo sai bastante fortalecida. A prática também faz uso de alguns acessórios do pilates de solo, como a bola.

AcroYoga

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Parece circo, tem um pouco de macaquice, mas é yoga mesmo. A prática, geralmente feita em duplas, faz da confiança no outro sua base terapêutica. Os asanas feitos no ar, apoiados nas pernas ou braços do parceiro, de cabeça para baixo, quase lembram uma aula de acrobacia – por isso o nome – mas, na verdade, promovem integração entre os alunos e estimulam a entrega e a descontração.

“É muito legal principalmente porque, em Brasília, as pessoas não interagem tanto. E hoje a gente tem medo mesmo de se entregar, então ela tem uma pegada terapêutica muito positiva”, pondera Daniel. No entanto, ele recomenda que ela seja aliada a práticas mais tradicionais, para que os benefícios sejam maiores.

Yoga Integrativo

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O Yoga Integrativo tem asanas, tem arte, tem terapia… Como o nome sugere, a prática permite que o instrutor integre à yoga outras áreas de conhecimento, como a cromoterapia ou a aromaterapia. Embora a modalidade seja livre, geralmente a prática é com Hatha Yoga, ou seja, bem menos intensa como a Iyengar ou a Ashtanga.

Yoga Terapia-Hormonal
Segundo Daniel Arantes, todas as modalidade de yoga trabalham o equilíbrio hormonal de alguma forma porque as posturas são feitas para estimularem as glândulas. Essa prática, no entanto, tem foco total nisso. “Principalmente as mulheres com desequilíbrios hormonais ou na menopausa, por exemplo, podem se beneficiar muito”, sugere. As aulas podem ser boas coadjuvantes nos tratamentos de reposição hormonal e costumam ter ritmo suave.

Power Yoga

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Essa é a modalidade do pessoal marombeiro da yoga. Ela foi desenvolvida para aliar os benefícios da yoga à perda de peso e tônus muscular. Apesar de ser dinâmica e focada nos resultados físicos, dá para conseguir flexibilidade, melhora da capacidade respiratória e ainda fazer uma meditação ativa, prestando bastante atenção aos movimentos.

Embora muita gente acredite que vá encontrar alívio para a ansiedade em práticas mais lentas, Daniel diz que muitas vezes é de aulas mais fortes que essas pessoas precisam. “Às vezes a pessoa está tão ansiosa que se eu deixar ela parada, ela não consegue ficar. Primeiro ela embarca numa prática mais forte e depois vai entrando nas outras”, explica.

Onde praticar:
Dá para consultar os espaços de yoga, professores e modalidades com contatos de cada um pelo site Yoga Brasília. Dá para selecionar as escolas por bairro, modalidade ou escola.

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