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Um doce por um sonho. Casal vende alfajor no DF para subir ao altar

Yasmin e Richard, ambos com 22 anos, estão juntos há 11 meses e vendem a guloseima em semáforos de Águas Claras e Taguatinga

atualizado

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Casal vende alfajor nos semáforos para arrecadar dinheiro para o casamento – Brasília – DF 28/02/2017
1 de 1 Casal vende alfajor nos semáforos para arrecadar dinheiro para o casamento – Brasília – DF 28/02/2017 - Foto: null

Um casal chama a atenção dos motoristas que passam por um semáforo na região central de Águas Claras. Ela usa um véu. Ele, uma gravata borboleta. Os dois vestem a camiseta que explica o motivo por estarem andando pela cidade com um isopor decorado com corações: “Ajude-nos a casar! Compre um alfajor”.

Yasmin Cristina Nascimento Bezerra e Richard Vilar, ambos com 22 anos, namoram há 11 meses. Eles se conheceram no trabalho, no começo do ano passado. Dois meses depois, estavam juntos. No terceiro mês de namoro, veio o pedido de casamento. Mas a noiva não levou a sério. O pouco tempo de relacionamento fez com que Yasmin adiasse a resposta.

“Não acreditei no começo. É meio difícil. Um dia estávamos embaixo do prédio da irmã dele e Richard disse que queria adiantar a nossa brincadeira de se casar em abril de 2018 para abril deste ano. Vi que ele estava falando sério e conversamos com as nossas famílias”, conta a noiva, animada.

Por motivos financeiros, a jovem não conseguiu celebrar os 15 anos, mas manteve fixa a ideia de realizar o tão sonhado casamento. No entanto, fazendo as contas na ponta do lápis, os dois perceberam que subir ao altar não é tão fácil quanto parece.

Atualmente desempregado, o rapaz faz bicos como pintor. Ela trabalha no Cinemark do Taguatinga Shopping, onde os dois se conheceram, no ano passado. A grana, portanto, é curta.

Daniel Ferreira/Metrópoles
Casal tem o apoio da família e quer subir ao altar em abril do ano que vem

 

A mãe de Yasmin, Cristiane Nascimento, é manicure e ajuda como pode. “Não consigo bancar o sonho deles, mas ajudo nas vendas e estou fazendo as forminhas dos doces. Quando ela me contou que ia se casar, levei um susto. Síndrome do ninho vazio. Mas ele é um bom menino, muito trabalhador. E ela é uma princesa. A gente apoia”, diz, emocionada.

Yasmin revela como surgiu a ideia de começar a vender a guloseima típica da Argentina. “As coisas são bem caras. Quando é para casamento, o valor triplica. Vimos que precisaríamos de uma renda extra”, diz. Foi aí que a tia doceira sugeriu que a sobrinha produzisse alfajores. “Começamos o projeto no início do mês e toda segunda, quinta e sexta vamos para a cozinha fazer cerca de 120 doces”, acrescenta.

O noivo participa de tudo e reuniu padrinhos, familiares e amigos no mutirão de tarefas. Eles vestiram a camisa – literalmente, cada um tem a sua personalizada. Tem gente para comprar os ingredientes, arregaçar as mangas na produção e bater perna vendendo. “A gente montou uma verdadeira equipe”, garante Richard. Os funcionários do Cinemark também estão ajudando o casal a vender os doces.

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“Em um sábado vendemos 160. No outro dia, 100. Só vamos embora quando vendemos tudo”, conta Yasmin. Os pontos de comercialização são sempre em Águas Claras e Taguatinga. Menos durante o carnaval, pois o casal aproveitou a movimentação dos bloquinhos de rua para aumentar a distribuição. Cada unidade sai por R$ 3. Levando dois, sai por R$ 5.

O plano é arrecadar R$ 20 mil até o fim do ano. Do total, metade vai para a recepção. “A cerimônia será simples, e a festa boa, mas sem extravagância. Até porque não estamos juntando dinheiro para a festa em si. Também tem o aluguel, os móveis.”, diz Yasmin.

Os clientes dão pitaco na história. Richard conta que é comum os homens gritarem: “Não casa!”. “Algumas pessoas falam pra gente não fazer isso. Um até falou que não compraria para me ajudar, assim eu não casaria. Mas sempre em tom de brincadeira.”, relata o jovem.

Um casal que está junto há 37 anos deu apoio e revelou que, no começo, é difícil mesmo, depois sempre melhora. “Dois recém-casados deram R$ 50 e nem quiseram levar o produto. Disseram que era só pra ajudar mesmo”, relembra a noiva.

O grande dia já tem data para acontecer. Será no dia 14 de abril de 2018, entre o aniversário de namoro (10) e o aniversário da jovem (17). Os pombinhos juntam dinheiro para a lua de mel, que ainda não foi definida.

Yasmin não conhece o mar e quer ir para Natal (RN). Ele adora a natureza, fazer trilha e prefere um ambiente mais bucólico. Mas os dois estão dispostos a ceder. O lugar não importa, desde que o sonho do casório seja realizado. “Nós estamos confiantes no que queremos. É só organizar tudo direitinho e fazer o dia perfeito”, diz Yasmin, empolgada.

Quer ajudar?
Quem quiser experimentar o alfajor pode entrar em contato por meio dos números (61) 98651-8305 (Richard) ou (61) 98545-4025 (Cristiane)

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