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Médica italiana é condenada por tratar câncer com ervas

A sentença diz que ela é responsável pela morte de uma mulher de 53 anos que passou por terapia à base de chás e sessões psicológicas

atualizado

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Old lady lying sick in bed
1 de 1 Old lady lying sick in bed - Foto: IStock

Curar um tumor com as palavras é possível por que todas as doenças são um produto de num choque, de traumas emotivos, de conflitos interiores que o paciente, para melhorar, deve resolver antes de qualquer coisa. Essa é a controversa teoria “alternativa” do alemão Ryke Geerd Hamer que acaba de condenar uma médica italiana a dois anos e seis meses por homicídio culposo.

A profissional de Turim, na Itália, Germana Durando recebeu nesta terça-feira (4/4) a sentença. A decisão diz que ela é responsável pela morte de Marina Lallo, que passou por uma terapia à base de ervas, chás e sessões psicológicas para curar um melanoma maligno.

“Marina não rejeitava a medicina tradicional. Ela foi convencida a [fazer esse tratamento] pela doutora Durando”, disse a procuradora Rossela Salvati. Durante a sessão no tribunal que condenou a médica italiana, uma das palavras mais usadas para descrever a sua prática à juíza Ilaria Guarriello foi “charlatanismo”. Quando morreu, Marina tinha 53 anos.

Tudo começou há muito tempo, com uma estranha mancha no ombro esquerdo de 5 milímetros de largura, um neoplasma. “Ela queria se curar com Durando, eu não estava de acordo”, afirmou uma amiga da mulher.

“Disse a ela para pelo menos retirar os linfonodos sentinelas. Respondeu que não, que enquanto eles estivessem inflamados era por que estavam fazendo seu trabalho contra o câncer”. Além das consultas, médica e paciente conversavam por emails e mensagens. “Oi Germana, te envio uma atualização: o neoplasma não melhora. Ainda está inchado, sangrento, tem um cheiro ruim, dói e está cada vez mais feio”, escreveu Mariana a Durando em certa ocasião.

Como resposta, a italiana perguntou o que a paciente estava tomando “como remédio homeopático” e disse para ela trabalhar “no perdão” e tentar “encontrar seu ex”.

“Nós reclamamos muito da lentidão da Justiça. Mas neste caso, a Justiça foi rápida: chegou a dois anos de distância dos fatos. E ela funcionou. Esta sentença também deve fazer com que os médicos, que devem ter sensibilidade na relação com os pacientes, reflitam”, disse Marino Careglio, um dos advogados da parte civil do caso.

Já o advogado da médica, Stefano Castrale, comemorou que a condenação foi mais baixa do que a pedida pela Procuradoria e que “o tribunal não colocou em prática a suspensão do exercício da profissão” da sua cliente, que manifestou ao seu defensor a sua vontade de recorrer a sentença.

Além disso, a juíza Guarriello também decidiu que deverá ser realizado um pré-pagamento da indenização de 10 mil euros para a filha de Marina e de 50 mil euros tanto para o irmão da vítima quanto para sua mãe.

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