Nova formação de Os Mutantes faz quatro shows na Caixa Cultural
O guitarrista Sérgio Dias se ampara na trajetória lendária da banda para mantê-la em atividade, ao lado de novos companheiros
atualizado
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O grupo já não conta mais com Rita Lee nem Arnaldo Baptista, nem com Dinho Leme e Liminha, mas a lenda continua. E é tão forte que pode despertar interesse do público por uma banda completamente nova, liderada por Sérgio Dias, o último remanescente da formação original em 1966.
Acompanhado por Esméria Bulgari (vocais), Henrique Peters (vocais e teclados), Vinícius Junqueira (baixo) e Cláudio Tchernev (bateria), Dias (guitarra, violão e vocais) traz o atual Os Mutantes para quatro apresentações, de quinta-feira (7/7) a domingo (10/7), na Caixa Cultural.
Com essa nova formação, ele dá prosseguimento ao projeto iniciado em 2006, quando se reencontrou no palco com o irmão, Arnaldo, e Dinho, com Zélia Duncan nos vocais. Na ocasião, ressuscitava a banda que marcou a história da música brasileira enquanto esteve em atividade — entre 1966 e 1978.
Músicas da fase áurea, como “Bat Macumba, “A Minha Menina”, “Jardim Elétrico”, “Balada do Louco” e “Panis Et Circenses” vão dominar o repertório a ser apresentado na Caixa. Porém, nada impede que apareçam aqui e ali faixas de “Haih or Amortecedor” e “Fool Metal Jack”, os dois (pálidos) discos d’Os Mutantes pós-2006.
Confira em cinco vídeos a trajetória da banda, das origens à formação que acompanha Sérgio Dias nos shows em Brasília:
Em 1966, em São Paulo, Rita Lee e os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias criam Os Mutantes, contando ainda com Dinho Leme e Liminha. Em seu som, a banda mistura música brasileira e pop psicodélico, inspirada em Beatles, Beach Boys, Luiz Gonzaga e, claro, os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, de quem naturalmente se aproximam. Arrebatam plateias em festivais e lançam o primeiro disco em 1968, “Os Mutantes” — que inclui “Panis et Circenses”.
Em 1972, a banda lança “Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets” — que contém “Balada do Louco”. Antes dele tinham lançado ainda “Mutantes” (1970), “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (1970) e “Jardim Elétrico” (1971). Mas esse foi o quinto e último disco com participação de Rita, que se separou de Arnaldo, com quem era casada, e deixou a banda.
Sem Rita e sem Arnaldo, Sérgio Dias mantém a banda. Em 1974, lança o LP “Tudo Foi Feito Pelo Sol”. “Os Mutantes estão de volta e totalmente mudados como o próprio nome exige”, anunciava Dias no “Fantástico”, da TV Globo. É o início de uma fase mais progressiva — intensificada no disco seguinte, “O A e o Z” (1973, só lançado em 1992) — e também o último trabalho com Dinho Leme e Liminha. Em 1978, Dias dá por encerrada a carreira d’Os Mutantes.
Os Mutantes volta a dar sinais de vida nos anos 2000. Nesse ano, é lançado “Technicolor”, disco gravado em 1970, com versões em inglês, francês, espanhol e português de músicas já registradas em álbuns anteriores. Em 2006, Sergio Dias volta a se reunir com Arnaldo Baptista e Dinho Leme, com Zélia Duncan nos vocais. Fazem show histórico em Londres, turnê pelos Estados Unidos e registram o encontro no CD/DVD “Live at Barbican”. No ano seguinte, gravam em estúdio “Haih or Amortecedor”, com Bia Mendes no lugar de Zélia.
Nem o Grammy Latino recebido por “Haih or Amortecedor” motiva Arnaldo e Dinho a prosseguirem no projeto de retomada de Os Mutantes. Sérgio Dias volta, então, a estar sozinho na tarefa de sustentar o nome da banda. Arregimenta novos músicos e chega à atual formação, com a qual grava em 2013 o CD “Fool Metal Jack”, recebido mais como um disco do próprio Sérgio do que do mítico Os Mutantes.
De 7/7 (quinta) a 9/7 (sábado), às 20h, e 10/7 (domingo), às 19h. No Teatro da Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 4; 3206-6456.). Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). À venda na bilheteria do teatro, somente em dinheiro (terça a sexta e domingo, das 13h às 21h, e sábado, das 9h às 21h). Não recomendado para menores de 14 anos.