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Crítica: em “O Contador”, Ben Affleck vive matemático e assassino

Novo filme de Ben Affleck, “O Contador” narra os mistérios de um matemático autista e envolvido com organizações criminosas

atualizado

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Warner Bros./Divulgação
O Contador, filme
1 de 1 O Contador, filme - Foto: Warner Bros./Divulgação

Na fase mais lucrativa da carreira, Ben Affleck tira o traje de Batman para interpretar “O Contador”. O fato de não usar máscara ou capa é um mero detalhe. Christian Wolff é construído como um anti-herói absolutamente idealizado.

Um nerd da matemática que faz contabilidade para criminosos de todas as partes do mundo. Um autista solitário, um assassino frio. E um atirador preciso e bom de briga. Sorte do Homem-Morcego que ele não mora em Gotham.

Brincadeira à parte, é um tanto curioso como o diretor Gavin O’Connor trabalha Wolff de um jeito sisudo e realista. O roteiro de Bill Dubuque (“O Juiz”) descreve o protagonista como um homem discreto e calculista. Tem passaportes falsos e pseudônimos.

O matemático bombado: menos empolgante do que parece
Seu novo cliente é um empresário da robótica (John Lithgow) que o contrata para descobrir um rombo nas contas. Quando Wolff assume o trabalho, passa a ser investigado por um agente do Tesouro (J.K. Simmons), há anos em seu encalço, e sua sucessora (Cynthia Addai-Robinson). Obviamente, o contador também tem um nêmesis (Jon Bernthal) igualmente musculoso.

O golpe baixo vem com a personagem de Anna Kendrick. A funcionária da empresa de robótica só parece estar na trama para cumprir um papel apaziguador: mostrar que Wolff, apesar de tudo, tem um coração. Sobram lugares-comuns de um thriller qualquer nota, com reviravoltas convenientes e surpresinhas preguiçosas.Olhando de fora, “O Contador” interessa mais por suas coincidências.

Wolff lembra Jason Bourne, o agente vivido por Matt Damon. Damon e Affleck estouraram nos anos 1990 e se tornaram nomes de prestígio em Hollywood quando venceram o Oscar de roteiro por “Gênio Indomável” (1997). Affleck foi mais além, ganhando a estatueta de melhor filme por “Argo” (2012). Ele continua firme como cineasta: vai comandar a próxima aventura solo de Batman e pretende voltar às premiações com o drama de máfia “A Lei da Noite” (estreia em 12 de janeiro de 2017).

“A Identidade Bourne” (2002), primeiro da franquia, é assinado por Doug Liman, diretor da mesma geração de O’Connor. Os dois começaram no cinema indie e se tornaram camaleões na indústria, fazendo filmes de diversos gêneros. “O Contador” pode render boa bilheteria. Mas deve ficar na memória como “aquele thriller bobinho que Affleck fez entre os filmes do Batman”.

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “O Contador”.

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