Supremo envia à PGR inquérito contra Admar Gonzaga por agredir mulher
Embora Élida Souza Matos tenha retirado a queixa, caberá à Procuradoria decidir o que será feito com a denúncia
atualizado
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O Supremo Tribunal Federal (STF) enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta terça-feira (27/6), pedido de abertura de inquérito contra o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga por lesão corporal e injúria contra sua mulher, Élida Souza Matos.
Na madrugada da última sexta-feira (23), ela foi até a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e contou aos policiais que o magistrado a teria agredido, causando-lhe um ferimento no olho, durante uma discussão na casa do casal, no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul. O caso foi denunciado em primeira mão pelo Metrópoles.
O despacho foi assinado pelo ministro Celso de Mello. Para o magistrado, embora a mulher tenha retirado a queixa, caberá à PGR decidir o que será feito. Segundo ele, o crime de lesão corporal é “perseguível mediante ação penal incondicionada”.“Desse modo, a ‘renúncia’ ou retratação realizada pela vítima, por ser írrita, não possui qualquer eficácia em relação ao noticiado delito de lesões corporais”, completou Celso de Mello. E reforçou que a Súmula 542, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), estabelece que “a ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica é pública incondicionada”. Celso de Mello também retirou o sigilo do processo.
Celso manda abrir inquérito Admar by Metropoles on Scribd
A ocorrência foi tratada pela polícia como violência doméstica, injúria e lesão corporal. Élida disse que foi xingada por Admar, com quem convive há mais de dez anos. Segundo ela, o marido chegou a dizer: “Você não serve nem pra pano de chão” e a chamou de “vagabunda”. A mulher acusou o magistrado, que tem foro privilegiado, de ter jogado enxaguante bucal nela.
Veja fotos do ministro e da família:
A Polícia Militar foi acionada e a levou à delegacia. Algumas horas depois, Élida voltou à unidade policial, acompanhada do marido e do advogado da família, e pediu que a queixa fosse retirada. De acordo com o defensor, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, ela disse na delegacia ter feito a denúncia “no calor dos acontecimentos”.
Admar Gonzaga atribuiu a ocorrência de agressão feita pela esposa contra ele a um episódio de ciúmes. Ele afirmou que já está bem com a mulher: “Foi uma crise de ciúmes da minha mulher, que já se retratou formalmente”.