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Nem leniente nem tolerante. UnB coibirá consumo de drogas, diz reitora

Reitoria investiga e não descarta expulsar os dois alunos acusados de cultivar pés de maconha na instituição

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
UnB campus
1 de 1 UnB campus - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Na véspera do aniversário de 55 anos da Universidade de Brasília (UnB), a reitora Márcia Abrahão se viu obrigada a lidar com um assunto espinhoso, que nada tem a ver com as comemorações ou a rotina acadêmica da instituição. Na manhã desta quinta-feira (20/4), a Polícia Civil do Distrito Federal deteve dois alunos da UnB e um ex-estudante de Administração acusados de plantar 17 pés de maconha dentro do terreno da universidade, em um matagal às margens do Lago Paranoá.

Daniel Ferreira/Metrópoles
Reitora Márcia Abrahão instaurou comissão disciplinar para apurar o caso

A universidade apura o caso internamente e pode expulsar os alunos de Engenharia de Redes e Mecânica. “Nem lenientes nem tolerantes. A UnB é uma instituição educadora, que deve coibir, sim, o uso de drogas em suas dependências”, afirmou a reitora ao Metrópoles.

Mais cedo, durante entrevista à imprensa, o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Bonach, reconheceu a colaboração da universidade nas investigações, mas afirmou que “existe uma leniência histórica dentro do ambiente acadêmico da UnB, o que é um vexame, porque o local é incompatível com o consumo de droga.”

Ao rebater a acusação, Márcia Abrahão afirmou que já determinou a instauração de uma comissão disciplinar para apurar a responsabilidade de alunos no cultivo da droga. Ela também passou a quinta-feira tentando contato com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, o policial federal Edval de Oliveira Novaes Júnior.

“Liguei algumas vezes (para o secretário) e devemos conversar. Houve um flagrante, então estamos pedindo o inquérito para adotar todas as medidas necessárias. Seremos exemplares”, destacou a reitora, sem esconder sua irritação com o caso. “É um absurdo plantarem pés de maconha dentro de uma universidade, ainda mais na UnB, uma instituição pública, séria, de alto nível”, ressaltou.

Apuração interna
A comissão disciplinar terá a tarefa de analisar todas as informações disponíveis, ouvir os estudantes envolvidos e apontar sua punição: não está descartado o desligamento dos alunos.

Segundo a polícia, dois graduandos de Engenharia (de Redes e Mecânica) e um homem já formado em Administração são os responsáveis pelo cultivo. Décio Bottechia Neto, 22 anos; Gabriel Campos dos Reis, conhecido como Feijão, 29, e Guilherme Mendonça Luz, 21, mantinham imagens do desenvolvimento das plantas nos celulares.

No local, os investigadores da Delegacia de Repressão às Drogas (Cord) recolheram garrafas PET com água (para regar as plantas), adubos e veneno para formiga. Gabriel Reis já tinha antecedente por posse de droga e Guilherme estaria prestando concurso para oficial do Corpo de Bombeiros.

O trio foi liberado após assinar termo circunstanciado. Já que o crime é considerado de baixo potencial ofensivo e, aparentemente, a droga era cultivada para consumo, eles responderão em liberdade. No entanto, a Cord segue as investigações, pois ainda não descartou totalmente a possibilidade de cultivo para tráfico.

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Colaboração
De acordo com a reitora da UnB, a equipe da Diretoria de Segurança acompanhou os policiais da Cord durante o flagrante na manhã desta quinta. Ela detalhou que o matagal onde foi encontrada a plantação de maconha é de difícil acesso e com pouca circulação de pessoas, pois fica a cerca de 1,5km da área de uso comum do Centro Olímpico: o departamento mais perto do terreno.

Trata-se de uma área de proteção, devidamente cercada, muito próxima ao espelho d’água do Lago Paranoá. Características que teriam dificultado a identificação de qualquer problema por parte da segurança do campus.

Vídeos feito pela equipe da Cord durante o flagrante confirmam que o cultivo se dava em local ermo, e mostram o que foi recolhido na área:

Nas áreas comuns, explicou Márcia Abrahão, a instituição tem apagado pichações que fazem apologia a qualquer tipo de crime, inclusive uso de droga (imagem abaixo), cortado o mato alto, instalado novos pontos de iluminação e fechado o Instituto Central de Ciências (ICC ou Minhocão) às 23h. Tudo isso para melhorar a segurança de alunos, professores, funcionários e pessoas da comunidade que trafegam diariamente pela UnB.

PCDF/Divulgação

 

 

“A universidade repudia qualquer tipo de prática ilícita, dentro e fora de suas dependências. A Administração Superior tomará as medidas cabíveis. Um processo administrativo para apurar responsabilidades será instaurado imediatamente”, diz nota divulgada nesta quinta pela instituição.

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