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Jéssica foi vista pela última vez no WhatsApp 7 minutos antes do crime

Segundo parentes próximos, a universitária já acordava ouvindo música, sempre estava conectada conversando com amigos e atualizando as redes sociais. Polícia começa os depoimentos nesta quarta (15/6)

atualizado

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Reprodução/Facebook
jessica leite
1 de 1 jessica leite - Foto: Reprodução/Facebook

As circunstâncias em que a estudante de jornalismo Jéssica Leite, 20 anos, foi assassinada na tarde dessa terça-feira (14/6), em Taguatinga, ainda estão sendo investigadas pela polícia. Mas a família não tem dúvidas de que os bandidos tenham sido atraídos ao ver o celular da vítima. Segundo parentes próximos, Jéssica já acordava ouvindo música, sempre estava conectada conversando com amigos e atualizando as redes sociais. Uma prima contou ao Metrópoles que o último contato com WhatsApp foi feito às 16h23, sete minutos antes de a jovem ser morta e o aparelho levado.

“Ela gostava de andar com fone, ouvindo música. Alertamos sobre o perigo de assalto, mas sabe como são os jovens hoje em dia”, disse uma prima da estudante. “A família está muito abalada. É difícil acreditar que isso ocorreu”, desabafou emocionada. Ela contou também que a jovem não tinha namorado e nem sofria ameaças.

Ao Metrópoles, o professor de Teoria da Comunicação Luiz Iasbeck disse que as alunas que estudavam com Jéssica estão com medo de sair na rua e que há um grande clima de comoção na universidade. Ele lembrou que hoje, a estudante faria uma prova de sua disciplina.

O professor contou que a aluna era uma pessoa muito alegre, curiosa, divertida e sempre chamava a atenção porque costumava pintar o cabelo com cores diferentes. “Ela tinha o perfil para ser uma excelente jornalista”, afirmou. Iasbeck falou sobre a relação da jovem com o celular:

Todo mundo pensa que o celular é uma coisa fútil… parece que reagir foi um ato de mesquinharia. Mas, para quem lida com comunicação, o celular é uma parte do corpo. Isso justificaria a reação, o impulso.

Luiz Iasbeck, professor de Jéssica

Depoimentos
O fato de a bolsa ter sido deixada no local do crime intrigou os investigadores da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga). Também chamou a atenção a facada certeira, o que geralmente não ocorre em casos de reação, uma vez que tudo é muito rápido e os criminosos não têm tamanha precisão. Todas essas questões serão esclarecidas a partir dos depoimentos, que começam a ser colhidos nesta quarta.

Divulgação/CBMDF
Bombeiros foram acionados, mas não conseguiram reanimar Jéssica

 

Segundo a Polícia Civil, a estudante foi atingida com um único golpe de faca enquanto esperava o ônibus para ir à Universidade Católica, onde estudava. A perfuração se deu no lado esquerdo do tórax. A bolsa foi encontrada aberta próximo a um banco da praça. Foi levado apenas o aparelho celular, um iPhone 4S, que custa, atualmente, cerca de R$ 500. O crime ocorreu a 200 metros da casa de Jéssica.

Na quadra onde ela morava, ainda em choque, parentes e amigos não conseguiam encontrar explicações para a tragédia. “Ela morava aqui há um tempão. A gente ia para a escola na van, juntos. Ela sempre foi a alegria da turma. Defendia os amigos e comprava briga para defender quem fosse”, lembrou o estudante Lucas Gabriel Lopes, 20 anos, que também mora na QNL 19, em Taguatinga.

Lucas ressaltou que o temperamento dela condiz com a versão do crime que testemunhas contaram à polícia: “Eu acho que ela pode mesmo ter reagido. Teve uma vez que a gente foi assaltado aqui perto e ela reagiu. Ela falava que não aceitava entregar as coisas”.

O velório começou às 11h na capela 4 do cemitério de Taguatinga, e o enterro está previsto para as 17h. A Universidade Católica de Brasília (UBC) não se manifestou sobre o caso. Na terça, as aulas do curso de jornalismo foram suspensas. Por telefone, uma das assessoras adiantou à reportagem que terá uma homenagem, mas sem dar mais detalhes.

Estatísticas
Os últimos dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social mostram que nos primeiros quatro meses do ano foram registrados no DF 14 latrocínios (roubo seguido de morte), sendo seis em abril. Também no acumulado do ano, foram 13.289 registros de roubo a pedestres, 19,2% a mais do que o registrado no mesmo período de 2015.

Os aparelhos celulares estão na mira dos assaltantes. As estatísticas revelam que, em média, 19 telefones móveis são furtados por dia no Distrito Federal.

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