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Criminosos compram dados de contas inativas do FGTS pelo WhatsApp

Nos últimos dias, criminosos foram presos em cidades como DF, São Paulo e Minas Gerais efetuando saques com dados de terceiros

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
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1 de 1 caixa - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

A onda de fraudes envolvendo saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está na mira da Polícia Federal. Após as prisões de criminosos no Distrito Federal, em São Paulo e em Minas Gerais, a corporação quer saber como os bandidos tiveram acesso às informações das vítimas. Informações preliminares, apuradas com os últimos suspeitos detidos, indicam que os dados podem estar sendo vendidos no mercado paralelo, inclusive por meio do WhatsApp.

Uma fonte da polícia confirmou à reportagem a suspeita de que uma rede criminosa estaria por trás da divulgação desses dados. Um dos bandidos admitiu, ao ser preso, ter recebido material pelo WhatsApp. A opção de compartilhar as informações de correntistas pelo aplicativo se daria em função de a tecnologia do app ser criptografada. Dessa forma, nem mesmo com determinações judiciais as autoridades conseguem acessar conteúdo armazenado nos servidores do aplicativo.

Embora as apurações estejam em fase inicial, não é descartado o envolvimento de servidores da Caixa Econômica Federal (CEF) no repasse de informações às quadrilhas que têm agido no país. Procurada pelo Metrópoles, a Caixa disse que não poderia informar detalhes sobre como os dados foram vazados. A instituição financeira afirmou que todos os detalhes foram passados à Polícia Federal. A corporação, por sua vez, não se manifestou.

A onda de retiradas ganhou força nos últimos dias. No sábado (10), por exemplo, três pessoas foram presas pela Polícia Militar do Distrito Federal após efetuaram saques com dados roubados. Um dos bandidos havia trabalhado em uma casa lotérica de São Sebastião e furtou dados e senhas de clientes. Apenas em uma agência do Núcleo Bandeirante, foram oito saques. Os outros dois detidos tinham acabado de levar dinheiro de uma filial da Caixa em Águas Claras.

Nesta segunda-feira (12), PMs prenderam dois homens que tinham acabado de fazer saques do FGTS em uma agência da Caixa de Taguatinga. Eles foram detidos em flagrante pouco depois, quando tentavam repetir a fraude em Águas Claras.

De acordo com a polícia, a dupla não informou como teve acesso à documentação de clientes do banco. Entretanto, em uma revista feita no carro dos suspeitos, os militares encontraram R$ 3,7 mil; recibos com número de PIS; nomes e datas de nascimento de contribuintes — dados necessários para o saque de contas inativas do FGTS.

Os dois homens presos no DF revelaram que estavam com informações de contas inativas provenientes da Bahia. Como se trata de crime federal, a dupla foi levada para a Superintendência Regional da Polícia Federal (SRDF), no Setor Policial Sul. Assim como os outros detidos, eles serão autuados por fraude, estelionato e falsidade ideológica.

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Veja vídeo do momento em que eles tentam sacar o dinheiro

 

Quadrilha desarticulada
Além de ações no DF, bandidos foram presos em outras unidades da Federação. No sábado (10), por exemplo, a Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que agia em São Paulo. Os 17 criminosos detidos aproveitaram o dia de mutirão da CEF para lucrar.

Com eles, foram localizados dados de pelo menos 177 contas de FGTS, mas nem todas tiveram seus recursos sacados. A Polícia Federal explicou que retiradas de até R$ 3 mil podem ser realizadas em terminais de autoatendimento simplesmente com a inserção dos dados do PIS, do correntista e da senha eletrônica disponibilizada pela Caixa, sem a necessidade de cartões magnéticos ou apresentação de documentos.

A Polícia Federal afirmou ter iniciado investigações para verificar a totalidade de contas que tiveram seus dados violados pelos presos, o montante do prejuízo causado, se há conexão entre os envolvidos e quais o os meios utilizados para a obtenção dos dados pessoais dos verdadeiros titulares das contas inativas.

Os indivíduos autuados e presos em flagrante permanecerão à disposição da Justiça Federal no sistema prisional estadual paulista. Eles responderão pelo crime de furto qualificado por meio de fraude, com penas de 2 a 8 anos de reclusão.

À reportagem, a Caixa Econômica Federal disse, por meio de nota, que “os vigilantes das agências de todo o país foram preparados para identificar atitudes suspeitas nos saques do FGTS”. A CEF disse também que orienta os trabalhadores a encontrar informações seguras e atualizadas no site do banco, em seus perfis oficiais nas redes sociais e por meio do telefone 0800-726-0207.

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