A Toyota Hilux é potente, segura e até silenciosa. Mas o preço!
A 8ª geração da cobiçada picape foi avaliada – e aprovada – pelo Entre-eixos. Porém, precisava custar R$ 191.620?
atualizado
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No ano passado, a Hilux foi a quarta picape mais vendida em todo o mundo, com 524.580 unidades. No Brasil, há quase uma década ela lidera esse mercado específico.
Mas, desde meados do ano passado, ela briga ferozmente com a Fiat Toro, com a Chevrolet S10 correndo por fora, pelos corações, mentes e garagens dos brasileiros.
Pois bem: para tentar entender as razões de tanto sucesso, o Entre-eixos testou a versão SRX, topo de linha, movida a diesel e com transmissão automática de seis velocidades.
Primeiro veredicto positivo: o pouco barulho que emana do motor diesel 2.8, com quatro cilindros, turbo, para a cabine.
O que justificaria? O fato de o novo propulsor 2.8 (de 177cv de potência) ter ganho 25% de torque na versão automática (45.9kgfm entre 1.600 e 2.400 rpm). Vale uma interrupção passageira para comparar: a versão flex da Hilux tem apenas 25kgf.m a 4000rpm!
A 110km, em trechos da BR-060, nem deu para ouvi-lo numa cabine com ar condicionado e som na média do bom senso.
Vale lembrar que a Toyota também destaca as melhorias nos sistemas de injeção e de admissão – e no tratamento para redução do atrito interno.
Outro ponto positivo: a autonomia. Com tanque de 80 litros, a caminhonete te leva, sem sustos, a até 1000 quilômetros.
O consumo de diesel S10 nessa avaliação na estrada, ficou em torno dos 13km/l (no modo econômico, geralmente). Ah, como opção ainda há o modo power, que eleva a força e gasta mais, claro.
O que preocupa
Primeiro veredicto negativo: o preço. O Entre-eixos fez uma simulação no site da Toyota (https://goo.gl/nokEjw) e “escolheu” a versão topo de linha (SRX), na cor vermelha e com frete para Brasília incluso. Resultado: R$ 191.620.
A Toyota é conhecida pelo rigor, junto aos seus concessionários, na cobrança por um bom atendimento de pós-venda (inclusive no baixo custo de manutenção). Isso tudo ajuda a garantir uma fidelidade à marca, um bom valor de revenda etc.
Mas as concorrentes diretas da Hilux topo de linha (Fiat Toro, S10, L200 e Amarok) têm preços inferiores. Compensa? Só o consumidor, no dia a dia, sabe – e nisso ele é soberano, obviamente.
E para finalizar os pontos negativos, um alerta: a Hilux não tem, por exemplo, sensor de chuva, presente em veículos até populares.
Se subir um pouquinho o nível dos concorrentes, outras ausências injustificáveis: um monitor de pressão dos pneus – que a Toro Volcano, só para lembrar, tem.
O que chama a atenção
A Hilux agrada pelo porte – embora as mudanças de design adotadas nessa 8ª geração tenham sido discretas.
Na frente, faróis mais estreitos e baixos, luzes diurnas em LEDs e para-choques mais protuberantes com faróis de neblina; atrás, o para-choque, a tampa da caçamba e as lanternas redesenhados.
No dia a dia, muitos detalhes aumentam o amor – ou decepção – por qualquer carro. A Hilux oferece mimos, como partida por botão e chave com sensor de presença. E porta-luvas refrigerado, uma bela central multimídia com TV digital e DVD e por aí vai.
Quem anda no banco de trás da Hilux e é calorento, agradece aos céus (e aos engenheiros) a saída de ar-condicionado específica. É certo que o espaço para as pernas de quem mais de 1,80m é reduzido – mas, faz parte.
Para quem conduz – geralmente, o dono –, o interior ficou mais aconchegante, digamos assim. Parece que se está dirigindo um sedã – como o Corolla, claro: iluminação suave no quadro de instrumentos, console e bancos “sensíveis ao corpo” tornam tudo mais interativo e amigável.
Por fim, um adendo importante: há pouco tempo, a picape foi aprovada com louvor (nota 5, a máxima) nos testes do Latin NCAP, instituição que classifica a segurança de motorista e passageiros.
Isso é resultado dos controles eletrônico de velocidade, de tração e de estabilidade – e mais o assistente de partida e descida em rampa e de reboque.