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Empreiteiro cita operador de propina ligado a Lobão

Ricardo Pessoa afirma que o peemedebista pagasse R$ 1 milhão desviado das obras de Angra 3

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
CAS – Comissão de Assuntos Sociais
1 de 1 CAS – Comissão de Assuntos Sociais - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador Edison Lobão (PMDB-MA) foi sócio de pai de operador de propina citado por dono da UTC. Em depoimento sob acordo delação premiada, o empreiteiro Ricardo Pessoa afirmou que o peemedebista orientou que ele pagasse R$ 1 milhão desviado das obras de Angra 3 ao empresário André Serwy, filho de Aloysio Serwy, sócio de Lobão na Arco S/A.

O Estado de São Paulo obteve a trechos do inquérito sobre irregularidades na usina nuclear de Angra 3. No material, consta “uma informação policial” que detalha indícios do vínculo empresarial entre Lobão, Aloysio e André Serwy. Na quinta-feira passada (17/12), o senador confirmou que foi sócio da Arco S/A antes de ingressar na política.

“Foi uma participação muito pequena, quase ínfima, há muito tempo atrás. Aloysio era meu amigo e eu fiz isso (fiquei sócio) para ajudá-lo naquela época. Depois eu saí da empresa”, disse Lobão. O senador não nega que mantenha amizade com a família Serwy. “Eu e Aloysio trabalhamos juntos logo quando me mudei para Brasília”, disse.

Sobre as declarações de Pessoa sobre pagamento de propina por intermédio de André, Lobão não quis se manifestar e pediu que a reportagem procurasse seu advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. “Negamos essa versão do Ricardo Pessoa. Ele é confuso”, disse o advogado. “Essas delações todas são muito frágeis”, afirmou.

Na semana passada, Lobão foi um dos alvos da Operação Catilinárias, desdobramento da Lava Jato que realizou uma série de ações de busca e apreensão em residências de políticos em Brasília. Na casa do senador, a Polícia Federal recolheu papéis e documentos que deverão subsidiar as investigações sobre a participação dele no esquema em Angra 3.

No inquérito, há a reprodução de uma ata da Assembleia Geral Extraordinária da empresa com data de 4 de julho de 1977. “Encontramos dentre os acionistas da Arco S/A Comércio e Indústria o nome Edson Lobão. É possível que se trate do senador Edison Lobão. Notem que naquela época o diretor-presidente era Aloysio Serwy”, diz o documento. A declaração de Lobão ao Estado desfez essa dúvida.

Depoimento
A ligação entre os Serwy e Lobão aparece no depoimento que Ricardo Pessoa prestou em maio deste ano ao Ministério Público Federal. Segundo o dono da UTC, Lobão pediu um porcentual entre 1% e 2% do valor do contrato das obras de Angra 3. O valor máximo estimado foi de R$ 30 milhões, que seriam utilizados pelo PMDB na campanha de 2014. Na oportunidade, Lobão era ministro de Minas e Energia.

“Olha, nós temos que assinar esse contrato, porque o PMDB está precisando de dinheiro para a campanha”, disse Lobão, segundo Pessoa. “Mas a gente nem assinou contrato”, reclamou o empreiteiro. Então, Edison Lobão teria pedido um adiantamento de R$ 1 milhão e recomendou que o empreiteiro procurasse André Serwy para fazer o pagamento.

Ainda no depoimento de Pessoa, ele descreve André “como uma pessoa próxima de Lobão” e que ele dava ao ministro o tratamento de “meu tio”. O dono da UTC ainda ressalta que André “é filho de Aloysio Serwy, amigo e sócio de Edison Lobão na empresa Arco S/A Comércio e Indústria”. Pessoa diz que o R$ 1 milhão foi pago em três parcelas. O montante fora retirado do “caixa 2 da UTC”, coordenado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Operação Lava Jato.

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