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Deputado “ensina” como pedir verba a Temer: “Faço cara de coitadinho”

Wladimir Costa (SD-PA) se reuniu com o presidente pela última vez na terça (18/7). O peemedebista tem tentado barrar denúncia na Câmara

atualizado

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1 de 1 wlad costa - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Diante do risco de uma derrota na votação da denúncia por corrupção passiva no plenário da Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB) não tem medido esforços para assegurar apoio de parlamentares. Prova disso é que o peemedebista tem intensificado encontros com deputados e liberado emendas e verbas. Os parlamentares têm falado abertamente sobre as negociações com o chefe do Executivo nacional. Um deles, o deputado Wladimir Costa (SD-PA), contou a artimanha que utiliza para obter os benefícios: “Faço cara de coitadinho”.

“Somente alguns parlamentares hipócritas não vão assumir, mas é óbvio que, após a reunião com o presidente, a gente vem com aquela história: ‘Mas, presidente, eu gostaria de trazer demandas do estado, do município, do governo do estado’. A gente aproveita o barco e pede”, relatou Costa ao jornal O Globo. Ele se reuniu com Temer pela última vez na terça-feira (18/7). “O Temer tem que ser assim: aos amigos, as flores; aos inimigos, coroa de espinhos.”

“Ele [Temer] diz que vai ver o que pode fazer. ‘O que for possível ajudar no seu estado, vamos fazer’. Ele vê quais são os ministérios, quem pode resolver. O presidente encaminha. Faço cara de coitadinho para ele”, contou.

O deputado afirmou que não há um “toma lá, dá cá” explícito. Isso porque, na avaliação dele, haveria temor de novas gravações que pudessem agravar a crise política e a situação do presidente. Costa explica que se trata de algo mais sutil: Temer pede apoio contra a denúncia e, em troca, se mostra aberto a auxiliar os parlamentares.

Denúncia
Michel Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva, com base na delação dos donos da JBS. O presidente teria dado aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso. A acusação formal tramita na Casa. No Plenário, deputados vão votar a admissibilidade da denúncia e o seguimento para o Supremo Tribunal Federal (STF).

A votação está marcada para 2 de agosto, um dia após o Congresso retomar os trabalhos depois do recesso parlamentar.

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