metropoles.com

Condenação de Lula traz alívio a aliados de Temer

Para os apoiadores do presidente, a sentença contra o petista tira o Palácio do Planalto do foco da crise política

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016
1 de 1 Ministros do governo Michel Temer – Brasília – DF 12/05/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Aliados do presidente Michel Temer (PMDB) avaliaram que a decisão do juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por lavagem de dinheiro e corrupção, pode ser positiva para o governo. Isso porque, para os apoiadores do peemedebista, a sentença tira o Palácio do Planalto do foco da crise política. A posição, no entanto, enfrenta divergência dentro do governo. Parte dos auxiliares vê com cautela a condenação.

Para alguns interlocutores de Temer, com os holofotes do noticiário político em Lula, a oposição concentrará esforços na defesa do petista e as críticas ao presidente perderiam fôlego. Por outro lado, um auxiliar reconhece que a decisão mostra que há mudança de paradigma, apontando que políticos estão cada vez mais sujeitos a condenações.

A preocupação do Planalto envolve, além de Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), alvos da Operação Lava Jato no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF).

Há ainda a avaliação de que é preciso cautela ao se posicionar a favor ou contra da decisão já que políticos estão em disputa com o Ministério Público Federal (MPF). Após ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Temer tem feito acusações de abuso por parte do MPF.

Oficialmente, o Planalto não comentou a decisão de Moro.

Congresso
Vice-líder do PSDB na Câmara, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) disse que a condenação é um “ganho institucional e democrático”. “O principal ganho é que mostra que ninguém está acima da lei”, afirmou.

Já aliados de Lula acreditam que a condenação vai ser revertida em segunda instância por falta de provas. Petistas dizem que o futuro do processo vai ter o mesmo destino do ex-tesoureiro João Vaccari, que foi absolvido no mês passado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). “A condenação é política e não jurídica”, analisou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

“É subestimar a inteligência do povo achar que essa condenação aconteceu por acaso neste momento”, comentou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), fazendo referência à articulação do governo para garantir maioria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que discute a admissibilidade ou não da denúncia contra Temer.

Aliado de governos petistas, mas apontado como um dos responsáveis pelo impeachment de Dilma Rousseff, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) saiu em defesa de Lula no plenário. Sem citar o petista, criticou o que chamou de “condenação sem provas”.

A defesa de Lula por Renan ocorre após o peemedebista adotar uma postura crítica ao governo Temer, principalmente em relação às reformas. A reaproximação com o petista, porém, tem cálculo político — a preocupação com a reeleição ao Senado.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?