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Após chuva de dólares, Cunha endurece acesso à Câmara até para servidores

Pela medida publicada pela Diretoria Geral da Casa nesta quinta-feira (05/11), apenas parlamentares escaparão do raio-x

atualizado

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Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Manifestante joga balde de notas falsas de dólar na cabeça de Cunha
1 de 1 Manifestante joga balde de notas falsas de dólar na cabeça de Cunha - Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

A Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados publicou, nesta quinta-feira (5/11), uma medida que obrigará todos os frequentadores a passarem pelo raio-x da Casa, ao adentrarem o local. Anunciada um dia após o protesto que culminou com um “banho” de dólares falsos sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a norma exclui parlamentares.

Atualmente, somente visitantes têm de passar pelo equipamento. A servidores efetivos, comissionados e jornalistas credenciados o acesso é livre, mediante a apresentação do crachá. A mudança causou irritação entre os servidores do órgão, que reclamam das filas e da dificuldade de acesso que a medida pode trazer.

Balde de dólares
A medida foi vista como uma reação do peemedebista à manifestação realizada na véspera, quando Cunha foi surpreendido com uma chuva de dólares falsos, em meio a uma coletiva de imprensa. Com o auxílio de um balde, as notas foram jogadas pelo militante do movimento “Levante Popular da Juventude”, Tiago Ferreira, de 26 anos.

Ao ser retirado do local pela Polícia Legislativa, Ferreira gritava “receba sua encomenda da Suíça, Cunha”. Em vez do retrato de Benjamin Franklin, a reprodução das notas de 100 dólares traziam a imagem do peemedebista.

Na ocasião, Cunha disse não estar constrangido. “Não vou, por causa de um militante encomendado e colocado aqui para fazer uma agressão, achar que isso vai me constranger, porque não vai. Esse provavelmente é contratado por alguém com um objetivo. Não vou pautar minha atuação por causa de um militante”, comentou o peemedebista, logo após o incidente.

Leia a nota na íntegra:
DG comunica mudança no acesso às dependências da Câmara. A Diretoria-Geral informa que, a partir desta sexta-feira (6), por razões de segurança, todas as pessoas, inclusive servidores, que ingressarem na Câmara dos Deputados deverão passar pelos pórticos de segurança instalados nas portarias. Apenas parlamentares – deputados e senadores – estão dispensados desse procedimento.

Nota do Sindilegis

O Sindilegis vem a público posicionar-se contrário a nova decisão da Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados, proferida nesta quinta-feira, 5 de novembro de 2015. Segundo consta no comunicado, a partir desta sexta-feira (6), todos os servidores serão revistados ao entrar nas dependências da Casa, passando pelo detector de metais – com exceção aplicada aos parlamentares.

Mais uma vez a direção da Câmara surpreende negativamente ao tomar nova decisão sem nenhum diálogo com a categoria e sem racionalidade administrativa, o que, para o SINDILEGIS, é incabível, pois o tratamento discriminatório entre servidores e parlamentares fere diretamente os princípios da moralidade e da impessoalidade preconizados na Constituição Federal.

O servidor público, assim como o parlamentar, presta serviço público. O Sindicato não acredita que tal medida desastrosa vá produzir maior segurança, mas apenas humilhação e desconforto diário para mais de 15 mil servidores.

Essa decisão arbitrária caracteriza um retrocesso, visto que, em 2010, o SINDILEGIS negociou com a Casa do Povo a dispensa da revista, a exemplo do que ocorre hoje no Senado Federal, TCU e outros órgãos públicos.
Com esse clima de desconfiança o SINDILEGIS pergunta se, para o servidor, o seu local de trabalho diário vai continuar sendo a sua casa. Diante de tudo isso, o Sindicato solicita ao Presidente da Câmara dos Deputados que intervenha e reforme essa decisão equivocada do Diretor-Geral.

 

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