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PF tem anotações de executivo da Queiroz Galvão com valores e partidos

O relatório da Lava Jato não indica se os pagamentos são relativos a propinas ou caixa 2

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1 de 1 documento relatório lupa - Foto: IStock

A Polícia Federal apreendeu na casa do ex-presidente da empreiteira Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho anotações manuscritas que indicam valores associados a partidos políticos. O papel foi destacado em relatório da Federal anexado aos autos da Operação Lava Jato na sexta-feira (4/11).

No documento, a PF descreve a apreensão. “Folha manuscrita onde constam datas, valores e nome dos seguintes partidos políticos, conforme print abaixo. DEM, PCdoB, PDT, PMDB, PR, PTB, PSC, PSDB, PT, PV, PTC, PRB, PP, PSD e SD.” O relatório não indica se os pagamentos são relativos a propinas ou caixa 2. As doações empresariais foram proibidas a partir das eleições de 2016.

No pleito de 2014, a Construtora Queiroz Galvão doou R$ 15 milhões ao PT, R$ 9 milhões ao PMDB, R$ 5,4 milhões ao PSDB, R$ 4,2 milhões ao PSD, R$ 3,4 mi ao PSB, R$ 3,3 milhões ao PDT, R$ 2,4 milhões ao DEM, R$ 2,3 milhões ao PP, R$ 1,9 milhão ao SD, R$ 1,4 milhão ao PTB, R$ 1,3 milhão ao PR, R$ 575 mil ao PSC, R$ 412 mil ao PRB, R$ 261 mil ao PPS e R$ 229 mil ao PCdoB.

Resta Um
Ildefonso cumpre prisão domiciliar na Lava Jato. O executivo havia sido preso em agosto deste ano na Operação Resta Um, 33ª fase da Lava Jato. A anotação manuscrita é dividida em seis colunas com os anos de 2014, 2013, 2008, 2009, 2010 e 2012. Em cada uma delas há lançamentos de valores. No ano de 2008, estão relacionados 16 partidos políticos. O relatório de 7 de outubro deste ano é subscrito pelo agente de Polícia Federal Carlos Egídio de Jesus

Em depoimento à Lava Jato em 16 de novembro de 2014, Ildefonso informou que trabalhou na Queiroz Galvão por 40 anos. Lá, segundo afirmou, ‘exerceu atividades, de estagiário até presidente’.

Ildefonso Colares Filho é réu em ação penal por corrupção ativa. Ele e o empresário Erton Medeiros, ligado à Galvão Engenharia, são acusados pelo suposto oferecimento de R$ 10 milhões em propina, em 21 de outubro de 2009, ao então presidente do PSDB Sérgio Guerra (falecido em 2014).

A Procuradoria da República no Paraná aponta que os valores foram repassados a Guerra para barrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás daquele ano e teriam sido intermediados pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva.

Defesas
Eduardo Sanz, advogado que defende Ildefonso Colares Filho afirmou que ele e seu cliente “não se manifestam sobre o conteúdo de investigações que estão em andamento”. O Partido Trabalhadores afirmou que não vai se manifestar. O PSDB afirmou que desconhece as anotações e disse que “todas as doações recebidas pelo partido estão devidamente registradas no TSE”.

O PSC afirmou que, “em 2008, a Queiroz Galvão doou R$ 200 mil para o PSC. É importante ressaltar que em 2008 era permitida a doação de empresas a partidos políticos. A prestação de contas do PSC em 2008 foi aprovada pelo TSE e consta em recibo. O PSC não possui qualquer ligação com a empresa, tanto que essa doação aconteceu há 8 anos atrás.”

O Solidariedade comunica que desconhece o executivo Ildefonso Colares Filho, assim como não tem relação alguma com a empresa Queiroz Galvão. Sendo assim, o partido também ignora a informação do documento enviado pelo jornal “O Estado de S Paulo” à nossa assessoria de imprensa e reforça que o texto não apresenta nenhum valor para a legenda.

O Partido da República (PR) afirmou que não comenta conteúdos de investigação policial ou assuntos submetidos ao exame do Poder Judiciário. O PDT diz que recebeu doações eleitorais, nacionais e regionais, da Queiroz Galvão de acordo com a legislação à época, e todas foram declaradas na prestação de contas dos candidatos.

O PRB afirmou não tem o que dizer a respeito de anotações de terceiros. O presidente do partido em exercício e o licenciado não conhecem nem têm relacionamento com esta pessoa. Ambos não eram nem filiados ao partido em 2008. Ademais, a anotação traz um “0” cortado por um traço na frente da sigla, o que pode não significar absolutamente nada.

O PV alegou que todas as contribuições e doações feitas ao partido, referentes às campanhas mencionadas (2008, 2010 e 2012), ou qualquer outra, foram contabilizadas e registradas junto à Justiça Eleitoral.

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