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Unip manipulou os resultados do Enade, diz revista

Os estudantes que não tirassem notas suficientes para colocar a Unip entre as melhores do país eram reprovados e impedidos de fazer o exame

atualizado

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1 de 1 unip - Foto: Reprodução

A Universidade Paulista (Unip), grupo educacional que possui unidade no Distrito Federal, teria manipulado os resultados do Enade, exame que mede a qualidade do ensino superior no Brasil. Os alunos que poderiam impactar negativamente na nota da prova eram reprovados para não serem enquadrados como “concluintes”, grupo de estudantes que são convocados pelo Enade. As informações são da revista Veja.

A acusação partiu de Fernando de Sá Del Fiol, reitor da Universidade de Sorocaba, que percebeu uma queda violenta nos concluintes do curso de odontologia em Campinas: em 2007, 80% da turma conseguia obter o diploma, já em 2010 apenas 10% concluíam a graduação.

A reportagem da revista teve acesso a um documento chamado “Relatório sobre ‘prospecções’ do curso de propaganda e marketing”, divulgado em 18 de junho de 2012. Nele, estava o número de estudantes de cada campus e aqueles que “deveriam ir” para o Enade — constatando a triagem ilegal do grupo educacional, que hoje é o terceiro maior do país.

Reprovação
Em outro e-mail, veiculado dentro da empresa em 18 de maio de 2012, havia o pedido da vice-reitoria da instituição de reprovar 70% dos alunos dos cursos de humanas, permitindo apenas que 30% fizesse o exame. Além disso, os alunos eram submetidos a provas surpresa, que possuíam conteúdo parecido com o do Enade e servia para constatar a capacidade do aluno para o exame. Quem fosse mal era sumariamente reprovado.

Com as manipulações, a Unip obteve altos índices por meio do Enade, com cursos que obtiveram entre 4 e 5 pontos, valor máximo concedido pelo Ministério da Educação (MEC). Dessa forma, o número de bolsistas pelos programas do governo aumentou vertiginosamente. Dessa forma, o repasse do poder público subiu, de R$ 291 mil (em 2012) para R$ 350 milhões (em 2014).

O reitor da Unip, João Carlos Di Genio, negou qualquer irregularidade e se limitou a dizer que os documentos foram “mal interpretados”.

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