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Setor de serviços têm primeira queda desde março, aponta IBGE

O resultado foi o mais negativo para julho na série com ajuste sazonal — na comparação com o mês imediatamente anterior —, iniciada em 2012

atualizado

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Toninho Tavares/Agência Brasília
reconstrução casas samambaia
1 de 1 reconstrução casas samambaia - Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

A queda de 0,8% registrada pelo setor de serviços na passagem de junho para julho foi o primeiro resultado negativo desde março, quando tinha encolhido 2,3%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com julho do ano anterior, houve redução de 3,2% em julho deste ano, já descontado o efeito da inflação. A taxa acumulada pelo volume de serviços prestados no ano ficou negativa em 4%, enquanto o volume acumulado em 12 meses registrou perda de 4,6%.

O resultado foi o mais negativo para meses de julho na série com ajuste sazonal — na comparação com o mês imediatamente anterior —, iniciada em 2012. “O setor de serviços não está com crescimentos constantes, eles vêm sendo interrompidos por quedas pontuais”, afirmou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Segundo Saldanha, a queda no setor de serviços em julho foi pontual, não significa que houve alguma reversão de tendência, tampouco que haja trajetória de recuperação.

“Os dados evidenciam que o setor ainda não está em recuperação. Para recuperar, tem de ter um crescimento mais robusto da indústria, porque só a indústria pode puxar o setor de serviços, e o setor público também, através de contratações e terceirização”, avaliou Saldanha.

O pesquisador acredita que o próprio ajuste fiscal conduzido pelos governos federal, estaduais e municipais poderia ajudar o desempenho do segmento de serviços, caso haja uma terceirização.

“Nesse problema da crise fiscal, a tendência é o governo, em vez de aumentar a contratação própria, optar por terceirizar. Terceirizando o corte de despesa é mais fácil. A terceirização no setor público pode alavancar os serviços”, previu.

O segmento de serviços prestados às famílias registrou um avanço de 0,9% na passagem de junho para julho. Os demais resultados, porém, foram negativos entre as atividades pesquisadas: Outros Serviços, -2,8%; Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, -0,9%; Serviços profissionais, administrativos e complementares, -2%; e Serviços de informação e comunicação, -0,8%.

O agregado especial das Atividades turísticas apresentou redução de 2,1% em julho ante junho.

Empresas
Os serviços prestados a empresas puxaram a queda de 3,2% no volume de serviços prestados no país em julho, em relação ao mesmo mês de 2016. Os segmentos de transportes e serviços prestados às famílias, porém, impediram uma perda maior.

O segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio cresceu 3%, enquanto os Serviços prestados às famílias avançaram 1,5% em julho ante julho de 2016.

Segundo Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, a redução na taxa de desemprego, a inflação mais baixa e o saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) impulsionaram os gastos com os serviços prestados às famílias. No caso dos transportes e armazenagem, houve ajuda da safra recorde e do aumento das exportações de produtos agrícolas e industriais.

Na direção oposta, houve recuos em julho em Outros serviços (-11,6%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (-7,8%) e Serviços de informação e comunicação (-4,1%). O agregado especial das Atividades turísticas recuou 5% ante julho de 2016.

Em termos de composição da taxa, a redução de 3,2% no volume global de serviços prestados teve contribuições positivas de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,8 ponto porcentual) e dos Serviços prestados às famílias (0,1 ponto porcentual), mas negativas dos Serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,9 ponto porcentual); Serviços de informação e comunicação (-1,4 ponto porcentual) e Outros serviços (-0,8 ponto porcentual).

“O setor de serviços não está ainda apresentando recuperação. Quando essas taxas negativas mês contra mesmo mês do ano anterior estiverem próximas de zero ou positivas, a gente pode afirmar que está havendo recuperação. Por enquanto os serviços não reagiram ainda. A taxa acumulada em 12 meses dos serviços estacionou, isso evidencia que o setor não está recuperando”, avaliou Saldanha.

O volume de serviços prestados acumulou uma queda de 4,6% nos 12 meses encerrados em julho.

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