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Renda geral cai com crise e obriga famílias a reduzir dívida

De dezembro de 2013 a junho deste ano, o porcentual de famílias endividadas caiu de 62% para 58%, passando de 9,466 milhões para 9,062 milhões

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Desde o início da crise econômica a massa total de rendimentos das famílias encolheu R$ 4,39 bilhões, levando os brasileiros a um forte processo de desalavancagem. De dezembro de 2013 a junho deste ano, o porcentual de famílias endividadas caiu de 62% para 58%, passando de 9,466 milhões para 9,062 milhões, em números absolutos. Os dados são da sexta edição da Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

De acordo com a FecomercioSP, as grandes turbulências nos quadros político e econômico vividas pelo Brasil a partir de 2014 impactaram de maneira expressiva as famílias, ao deteriorar as condições de renda e emprego. Esses fatores, juntamente com a queda no grau de confiança dos consumidores, explicam o ciclo recessivo do consumo, que ainda prevalece corroendo as vendas do comércio em todo o País, além da retração das operações de crédito.

Desde dezembro de 2013, o volume total de dívidas das famílias brasileiras encolheu de R$ 15,2 bilhões para R$ 14,2 bilhões. O valor médio das dívidas por família diminuiu de R$ 1.611 para R$ 1.596. Entretanto, como a massa de rendimentos também recuou, a parcela da renda comprometida com o pagamento desses encargos subiu de 30% para 31%.

Inadimplência
No âmbito da inadimplência, a menor procura por empréstimos, ao lado da maior preocupação com a administração mais rígida do orçamento doméstico, levou a uma trajetória de relativa estabilidade nos atrasos na quitação dos empréstimos. Essa proporção, que era de 21% em 2013, caiu para 18% no final de 2014 e cresceu para 23% em 2015 e permaneceu neste nível em junho deste ano.

Embora as famílias tenham reduzido em 11,2% o volume de empréstimos, os custos subiram bastante no período, com um aumento real no pagamento de juros de 6,3%. A taxa média cobrada passou de 18,9% para 24,1%. Em números absolutos, o total de juros pagos foi de R$ 158,9 bilhões para R$ 174,4 bilhões.

Segundo os economistas da FecomercioSP, essas constatações deixam clara a importância da política monetária sobre o dia a dia e sobre a capacidade de consumo da população, pois a taxa de juros representa um elemento relevante no total do orçamento doméstico. “Isso realça também a importância de uma economia com suas contas públicas ajustadas, pois no final a prática de altos juros nada mais é do que a necessidade de se utilizar uma política monetária restritiva, na ausência de política fiscal adequada, visando evitar o descontrole de algumas variáveis macroeconômicas importantes, principalmente da inflação”, diz a entidade.

Capitais
Curitiba (PR) permaneceu sendo, em junho de 2016, a capital com o maior porcentual de famílias endividadas (86%). Na sequência aparecem Florianópolis (SC), com 85%, Boa Vista (RR), com 82%, Brasília (DF), com 78%, e Natal (RN), com 76%. As capitais menos endividadas são Goiânia (GO), com 34%, e Belo Horizonte (MG), com 38%.

Em relação às operações de crédito no País, a região Sudeste abriga 42,2% das famílias brasileiras e concentra 46,6% do volume de crédito nacional. Na capital de São Paulo, que naturalmente detém o maior volume de dívidas, em decorrência de ter a maior população do País, o montante de famílias endividadas em junho de 2016 foi de 49%. Isso significa 1,890 milhão de famílias com dívidas, que em média são de R$ 1.799. Esse valor mostra que 29% da parcela da renda mensal dessas famílias está comprometida.

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