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Psicólogo ensina como lidar com crises de pânico, como Wanessa Camargo

A cantora participou com sua família de uma série da Netflix, e disse que precisou lidar com as crises durante as gravações

atualizado

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1 de 1 wanessa camargo - Foto: Reprodução

A cantora Wanessa Camargo revelou, recentemente, que sofre de síndrome do pânico. Doença ligada a condições psicológicas, a filha do cantor Zezé Di Camargo afirmou que “achava que estava ficando louca e que iria perder os filhos”. O Metrópoles conversou um psicólogo para explicar do que se trata essa síndrome e como ela se manifesta.

Mãe de João Francisco e José Marcus, a condição da cantora veio à tona durante a série documental É o Amor, que tem a família da artista como protagonista. Durante as filmagens, a intimidade e problemas familiares foram retratados pela Netflix, bem como as crises da cantora. Em uma das cenas, Wanessa está no banheiro enquanto Zezé tenta dar o suporte e apoio necessário à filha.

Em entrevista à revista Quem, ela falou sobre as crises e como foi ter sua condição clínica sendo filmada e documentada para todo o Brasil. “Eu tinha duas hipóteses: começar a passar mal e pedir para desligarem as câmeras ou usar isso como algo maior do que eu mesma”, disse a cantora.

Wanessa explicou que as gravações começaram antes da pandemia e, nesse período, ela ainda não se sentia confortável para ser filmada durante alguma crise. Após um período de pausa devido aos riscos de contaminação pela Covid-19, Wanessa revela que “as coisas pioraram muito e eu não tinha como segurar”.

“Quando o meu avô morreu, em abril, fiquei sem chão, uma semana na cama, quase sem ver os meus filhos. O pânico veio avassalador e eu vi que nunca tinha me curado”, admite.

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Síndrome do pânico

De acordo com o psicológico Alexandre Bez, o quadro é 100% emocional. “A psicologia americana já provou que, ao contrário do que muitas pessoas acham, a síndrome do pânico não tem nenhuma ligação morfológica, neuropsiquiátrica ou neuropsicológica ou neurológica”, explica o especialista.

“Ela é a manifestação mais exacerbada do transtorno de ansiedade. Ou seja, estamos falando de uma das doenças psicológicas mais avassaladoras que existem”, relatou o médico especialista em síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia.

Alexandre ressalta que as crises são intensas e os sintomas, extremamente fortes. “A sintomatologia do pânico inclui diversos sintomas físicos. O pior deles é quando a pessoa acha que vai morrer”, exemplifica.

Esse foi um dos sintomas relatados por Wanessa Camargo, bem como a sensação de “ficar louca”. Taquicardia, falta de ar, incômodo intestinal, vertigem, tonturas e dores no corpo são outros sintomas comuns.

“Quando falamos em ataques de pânico, é importante dizer que ele pode acontecer até cinco vezes por dia, em um período de vinte minutos. Não existe nada na literatura que mostre que um ataque de pânico dura mais que vinte minutos. Por isso que é uma sintomatologia tão cruel e avassaladora”, ressalta.

Aumento de casos

Assim como relatado pela cantora, a pandemia da Covid-19 desencadeou um aumento generalizado desses casos ao redor do muno. “No ano passado, houve um aumento de, aproximadamente, 60% da doença em detrimento do medo que a pandemia trouxe nos EUA”, salienta Alexandre.

O médico explica que essa patologia está muito ligada ao medo de morrer. “Podemos afirmar que a pessoa fica com esse conteúdo latente, que faz parte do inconsciente. No caso da cantora, foi a morte do avô, que é um gatilho estressor”, analisa o médico.

De acordo com ele, caso tenha algum dúvida de que sofre desse quadro, é fundamental procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.

Apesar de ser avassaladora, o médico ressalta que a síndrome do pânico, diferentemente do transtorno de ansiedade, tem cura. “Hoje o protocolo americano de síndrome do pânico já não envolve só a psicoterapia. O tratamento puro e sem medicação, funciona de 50% a 60% dos casos”, ressalta.

Esse tipo de tratamento, no entanto, não é indicado para todos os casos. No caso de síndrome do pânico severa, é necessária a administração de ansiolítico, ou seja, com orientação psicanalítica e medicamentosa.

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