Apenas 5,5% das crianças de 3 e 4 anos de idade receberam as duas doses da vacina contra Covid-19, segundo dados do Vacinômetro Covid-19, do Ministério da Saúde, levantados pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para essa faixa etária, há duas vacinas disponíveis Pfizer Baby e Coronavac. Os dados, no entanto, levam em consideração apenas a Coronavac, quem vem sendo aplicada na faixa etária de 3 a 5 anos desde julho.
Até 7 de novembro, 938.411 crianças de 3 e 4 anos tomaram a primeira dose do imunizante e 323.965 completaram o esquema vacinal. O país conta com aproximadamente 5,9 milhões de crianças nessa faixa, que deveriam ser imunizadas.
Vacinação lenta
Os números revelam uma campanha de vacinação lenta. A Coronavac, do Intituto Butantan, recebeu aprovação de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho.
Em setembro, a agência autorizou a aplicação da vacina Pfizer Baby para crianças com idade entre 6 meses a menores de 3 anos. O Ministério da Saúde começou a distribuir as doses última quinta-feira (14/11), mas, até aqui, as vacinas estão restritas às crianças com comorbidades.

Após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e autorização pelo Ministério da Saúde, a dose pediátrica da vacina contra a Covid-19 já está sendo administrada no Brasil em crianças entre 5 e 11 anos. Porém, os pais devem ficar atentos para evitar erros na aplicação do imunizante nos pequenos Pixabay

De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenosPixabay

Apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacinaAgência Brasil

Segundo a Anvisa a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do produtoAgência Brasil

A vacina infantil vem em uma embalagem de cor laranja, diferente da versão para maiores de 12 anos, que é roxa. A seringa utilizada é a de 1ml, e o volume aplicado deve ser de 0,2mlAgência Brasil

A identificação correta das doses para crianças de 5 a 11 anos é uma obrigação das autoridades públicas, que devem garantir ainda um treinamento eficiente para toda a equipe responsávelAgência Brasil

De acordo com a Pfizer, a quantidade aplicada nas crianças foi cuidadosamente selecionada com base em dados de segurança e imunogenicidadeAgência Brasil

Os estudos clínicos da farmacêutica indicaram menor possibilidade de reações adversas no uso de doses menores. As respostas imunológicas também se mostraram mais eficientes porque as crianças, normalmente, têm resposta imune mais robusta Rafaela Felicciano/Metrópoles

Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi graveRafaela Felicciano/Metrópoles
“O atraso na vacinação infantil contra a Covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de duas mortes diárias por Covid-19 entre crianças menores de 5 anos”, afirmou a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini, em nota de divulgação sobre a pesquisa.
Patricia acrescentou que, desde a aprovação da vacina da Pfizer pela Anvisa, 26 crianças menores de 5 anos morreram em decorrência da Covid-19, o equivalente a dois óbitos a cada três dias.
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