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Colômbia autoriza eutanásia em mulher sem doença terminal. Entenda

A morte de Martha Liria Sepúlveda, de 53 anos, está marcada para este domingo (10/10), às 7h (9h, em Brasília)

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Arquivo Pessoal/Reprodução/Twitter
Martha Liria Sepúlveda
1 de 1 Martha Liria Sepúlveda - Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução/Twitter

A morte de Martha Liria Sepúlveda está marcada para este domingo (10/10), às 7h (9h, em Brasília). A mulher, de 51 anos, é a primeira pessoa sem doença terminal a ter a eutanásia autorizada na Colômbia.

A morte assistida é legalizada no país desde 1997. Por lá, a prática era válida apenas para doentes terminais, ou seja, em situação irreversível. Em julho de 2021, no entanto, por 6 votos a 3, a Corte Constitucional aprovou a medida para pessoas que não estejam em estado terminal, “sempre que o paciente padecer de um intenso sofrimento físico ou psíquico, proveniente de lesão corporal ou doença grave e sem cura”.

Martha, com esclerose lateral amiotrófica (ELA), aproveitou a oportunidade. Em entrevista à TV colombiana Caracol, ela relata sentir dores constantemente e ter perdido o movimento das pernas.

Pouco depois da decisão da Corte, solicitou a autorização e conseguiu. Inicialmente, o desejo era que a eutanásia fosse aplicada em 31 de outubro, mas Martha preferiu antecipar para 10 de outubro, às 7h, hora em que costumava ir à missa.

“Sou uma pessoa católica, me considero alguém que crê muito em Deus, mas, repito, Deus não quer me ver sofrer e acredito que não quer ver ninguém sofrer. Nenhum pai quer ver seus filhos sofrerem”, disse. “Para mim, a morte é um descanso.”

Segundo a colombiana, os últimos dias serão aproveitados “com cerveja, comida e na companhia da família”.

O filho dela, de 22 anos, afirmou que gostaria de ter a mãe por mais tempo, mas aceitar a decisão da eutanásia é o “maior ato de amor” que já fez.

Os integrantes da igreja em que ela frequenta pensam diferente. O bispo Francisco Ceballos, de Riohacha, pediu para que Martha reconsidere a decisão. Em vídeo divulgado nas redes, ele afirmou que a “a morte não pode ser a resposta terapêutica à dor e ao sofrimento em nenhum caso”.

“Quero dizer à minha irmã Martha que ela não está sozinha e que o Deus da vida sempre nos acompanha, e que sua tribulação pode encontrar um sentido transcendental, uma chamada ao amor que se renova.”

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