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Conca: o restaurante de cozinha criativa que me faz querer sair de casa

Os chefs Diego Badra e Igor Janiques desafiam a mesmice ao transformar ingredientes corriqueiros em pratos longe do convencional

atualizado

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Foto: Luciana Barbo
Taco Roxo
1 de 1 Taco Roxo - Foto: Foto: Luciana Barbo

O que te faz sair de casa para comer em um restaurante? A necessidade, a fome e o desejo por uma experiência diferenciada? As duas primeiras hipóteses eu consigo resolver na minha cozinha mesmo. Agora, a experiência, sem dúvida, é o maior motivador para eu querer sair do conforto do meu lar, deixar meus gatos por algumas horas e gastar o meu dinheiro.

Eu sou curiosa por comida e a minha profissão me ofertou muitas experiências incríveis. Outras, nem tanto assim. Mas, em suma, virei um monstro. Desses que não aceitam qualquer prato ou receitas batidas e cansadas. Ah, mas tem aquela história do clássico é clássico e vice-versa. Tem. E o tradicional bem executado tem sempre o seu lugar. Mas, hoje em dia, eu gosto mais é de novidade, da busca em surpreender o paladar com um ingrediente que todo mundo já conhece, mas de uma forma inovadora que faça sentido (não estou falando aqui de sushi com morango, hein?). Afinal de contas, a gastronomia está aí para evoluir também, ora bolas! Assim como todas as outras ciências.

Talvez por isso eu esteja tão encantada com o trabalho dos chefs Diego Badra e Igor Janiques, no Conca Cozinha Original. Olha, o que eles fazem com insumos tão corriqueiros como repolho e couve-flor merece muito respeito.

A história toda começou em 2019 como um projeto pequenino, executado numa casa do Lago Sul. Os encontros aos sábados com pouca gente, cozinha aberta e comida diferenciada agradaram. Ao sentir a receptividade, a dupla foi em busca de um ponto comercial.

Pararam numa loja virada para o Parque Olhos D´Água, no final da Asa Norte. Eles estavam quase abrindo quando a pandemia chegou. Daí foi aquela coisa de adaptar o menu para o serviço de delivery, criar uma marca de sanduíches que trouxesse mais faturamento ao negócio e, finalmente, em outubro de 2020, a casa começou a funcionar com atendimento presencial. Meses depois, novo lockdown. Até que, há duas semanas, eles decidiram reabrir com um menu degustação de inverno, que pude provar e verificar que eles não estão, nem de longe, enferrujados.

De volta

A partir desta semana, o Conca volta a atender de terça a sábado, com menu a la carte. As degustações com sequências de pratos vão acontecer uma vez por mês, com várias etapas e preço fechado. A de agosto será entre os dias 17 e 21 e já está quase lotada (são apenas 24 lugares por noite). As vagas remanescentes são para sexta e sábado, e o cardápio, ainda em segredo, sai a R$ 180. Sim, eles são misteriosos e os menus, em geral, só trazem os nomes dos ingredientes, sem a descrição de como foram trabalhados. É confiar e deixá-los te levar nesse caminho desconhecido.

Já a ementa a la carte reúne criações inéditas e outras que já foram provadas pelo público, como a fatia de repolho cozida em baixa temperatura, depois grelhada e guarnecida por molho de shoyu, ostra e limão china (R$ 36).

O Taco Roxo (R$ 42), também para compartilhar, é uma combinação de tortilha de batata doce roxa, coxão mole da Beef Passion, homus de beterraba e couve-flor, aioli, picles de repolho roxo e crocante de batata doce. Muitos ingredientes? Sim, mas muito harmônicos.

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De prato principal, já provei a versão Conca para o tradicional estrogonofe (R$ 56), que vem com um ninho de batatas, recheado com carne, cogumelos Paris e um molho bem temperado. Nem de longe, uma receita cansada. A sobremesa de Baru (R$ 39) figurou no menu de inverno e, pelo sucesso, ganhou lugar no menu fixo. Trata-se de cinco preparos elaborados com o fruto do Cerrado. Tem farofa, biscoitinho, creme, sorvete e bolo no mesmo prato. Uma delícia!

Nas entradas inéditas, estão o Atum Snack (R$ 42), com ponzu (molho japonês com base de shoyu e limão), gergelim, chocolate branco e furikake; o “Gyoza” de Mangarito (R$ 42), com o rizoma típico do Cerrado, pancetta e gochujang (pasta de pimenta coreana); a croqueta de cupim com aioli (R$ 36); e os Sandubinhas de cupim e de peixe (R$ 38).

Mas o que estou curiosa para provar é o Pato no Tucupi (R$ 59), com peito da ave, molho de tucupi hoisin, terra de tomate e cebolas glaceadas; e o Chocolate e Alho Negro (R$ 39), que reúne produtos de duas marcas locais, a Rubato e a Doce Alho, mais pimenta de macaco e sorvete de cacau da Bahia. E aí, vai encarar?

Conca Cozinha Original
CLN 413, bloco E, loja 57, Asa Norte
Telefone e WhatsApp: (61) 98303-1717
Funciona de terça a sábado, das 19h às 22h30, mediante reserva.
Instagram: @concacozinhaoriginal

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