Voo Rio-Paris: decisão “absurda” inocentou quem tem culpa, diz pai de vítima
Nelson Faria Marinho é presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447. Justiça francesa inocentou Air France e Airbus
atualizado
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Familiares das vítimas do voo Rio-Paris AF 447 estão revoltados com a decisão da Justiça francesa desta segunda-feira (17/4), que inocentou a Air France e a Airbus no processo. Em julho de 2009, o avião saiu do Rio de Janeiro para a capital francesa, mas caiu no meio do Oceano Atlântico e matou 228 pessoas.
“Não só os brasileiros, os franceses, alemães, todos estão indignados com essa decisão, foi absurda! Inocentar quem tem culpa. A Airbus fabricou um avião assassino”, afirmou ao Metrópoles Nelson Faria Marinho, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447.
O filho dele, Nelson Marinho Filho, de 40 anos, foi um dos 58 brasileiros mortos na tragédia. “A França não é séria, a Justiça francesa não é séria”, ressaltou.
O tribunal considerou que, apesar de as empresas cometerem falhas, não foi possível demonstrar relação de causalidade com o acidente. Esse foi o mesmo entendimento do Ministério Público francês, em dezembro de 2022.

Com destino a Paris, o voo 447 da Air France, que saiu do Rio de Janeiro, caiu no oceano Atlântico, a cerca de 600 km de Fernando de Noronha, em 2009. O avião apresentou problemas nas indicações de velocidade. As buscas pelos destroços do avião e dos 228 corpos envolvidos na tragédia duraram semanas Divulgação/Aeronáutica

De acordo com as autoridades, 58 brasileiros estavam no voo e morreram no acidente Divulgação/FAB

As empresas foram absolvidas pela Justiça francesa Reprodução
No acidente, 228 pessoas morreram: eram 216 passageiros e 12 tripulantes. Essa foi a ocorrência que mais causou mortes na história da aviação francesa.
As caixas-pretas confirmaram que o acidente aconteceu em decorrência do congelamento das sondas de velocidade quando o avião estava em voo de cruzeiro numa zona com condições meteorológicas diversas. O problema fez com que os aparelhos relatassem informações de altitude de forma incorreta, o que levou os pilotos a perderem o controle da aeronave.
Investigações relataram que danos parecidos nas sondas aconteceram antes do acidente, o que levantou questionamentos sobre o papel das empresas no ocorrido.