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Nove Padres agostinianos são expulsos após disputa por colégios de SP

Segundo matéria da Folha, grupo dissidente fez alterações no estatuto de entidade e agora não podem mais celebrar missas ou dar bênçãos

atualizado

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IStock
Abstract cross in church interior
1 de 1 Abstract cross in church interior - Foto: IStock

Em São Paulo, uma disputa entre padres agostinianos por colégios tradicionais terminou com a expulsão de nove sacerdotes católicos. Reportagem da Folha de S. Paulo detalha cisão entre de seguidores de Santo Agostinho no Brasil.

A razão para o afastamento dos nove padres foi a disputa pelo controle de três colégios controlados pela Sociedade Agostiniana de Educação e Assistência (Saea): Agostiniano Mendel, em Tatuapé (SP), Agostiniano São José, no Belém (SP) e Nossa Senhora de Fátima, em Goiânia.

O Mendel, lembra a matéria da Folha, figura entre as 50 melhores instituições de ensino no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A disputa começou em 2013, época em que se discutia a união de três entidades agostinianas: Vicariato de Castela, responsável pelos três colégios supracitados, a delegação de Malta e o Santíssimo Nome de Jesus no Brasil, que administra o colégio Santo Agostinho (SP).

Dissidência

O processo de unificação provocou ruptura interna, fazendo com que padres de Castela se separassem do grupo. Esse grupo dissidente decidiu alterar o estatuto social da Saea durante assembleia, em 2014. Entre as mudanças, a mais polêmicas permitia inclusão de membros que não fizessem parte da Ordem de Santo Agostinho ou da Igreja Católica, apesar da exigência de praticar a religião católica.

A Província Agostiniana, resultado da unificação, classificou as alterações como golpe e decidiu expulsar os nove padres que participaram das mudanças no estatuto. A punição ganhou novos contornos em agosto deste ano, quando os padres perderam direitos clericais.

Segundo um dos expulsos, o espanhol José Florencio Blanco Melon, de 62 anos, “a punição veio antes do prazo”. “Diante da gravidade da punição, pensávamos que seria um processo feito com diálogo, mas isso não aconteceu”, afirmou à Folha.

Apoio de fiéis e pais de alunos

A Província tenta retomar a tutela dos colégios via Justiça, em processo que corre em segredo. Quem administra os três colégios é Eduardo Flauzino Mendes, de 47 anos, um dos expulsos.

Fiéis, pais de alunos e famílias afirmam ter recolhido 23 mil assinaturas em apoio aos religiosos expulsos. Enquanto o processo segue na Justiça, os religiosos tentam reverter a decisão, que não permite recurso.

“Tem o recurso ao santo padre. Nós já fizemos esse pedido ao papa e estamos à espera de uma solução. Nesse sentido estão dirigidos nossos esforços e orações”, diz Blanco Melon.

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