metropoles.com

Prefeitos do Entorno tentam acordo com DF para conter pandemia

Prefeituras do Entorno de Brasília devem anunciar medidas mais restritivas até o final desta semana. Mas querem envolvimento do DF

atualizado

Compartilhar notícia

Claudinei Brito/SESGO
prefeitos reunidos
1 de 1 prefeitos reunidos - Foto: Claudinei Brito/SESGO

Goiânia – Prefeitos de municípios do Entorno do Distrito Federal estão preocupados pela classificação de calamidade em relação à pandemia de novo coronavírus, mas sabem que de nada adiantarão medidas restritivas na região se não houver um alinhamento de ações com o Governo do Distrito Federal. Eles querem isso. No entanto, até agora, não há indicativo desse caminho em comum.

Conforme o mapa da pandemia, divulgado na semana passada pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o Entorno do DF está em situação de calamidade em relação à contaminação da Covid-19 e circulação de variantes do vírus. Esse é o pior quadro.

Para tentar desacelerar o ritmo do contágio do coronavírus, prefeitos dos municípios da região se reuniram com Secretaria de Estado da Saúde de Goiás e parlamentares estaduais e federais goianos na tarde desta segunda-feira (22/2) em Goiânia. Em pauta: a busca de soluções e acordos para conter os efeitos da pandemia.

Participaram da reunião os prefeitos da região do Entorno do DF, o secretário de saúde de Goiás, Ismael Alexandrino; a coordenadora da área da saúde do Ministério Público de Goiás (MPGO), promotora Karina D’Abruzzo; o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB); o deputado federal Glaustin da Fokus (PSC) e o ex-presidente da Codego, Marcos Cabral.

Ao Metrópoles, o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), informou que o grupo segue na tentativa de um acordo com o Governo do Distrito Federal para que sejam tomadas medidas conjuntas na região, que tem grande fluxo de pessoas.

0

“Nós sabemos que as unidades são distintas, mas o deslocamento de pessoas da região do Entorno para o DF é muito grande. Só em Valparaíso são 40 mil pessoas diariamente. Vamos tentar um acordo para deliberar as medidas conjuntas”, afirmou o prefeito.

Segundo Mossoró, Alexandrino deve se reunir nesta terça-feira (23/2) com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal para uma intermediação. De acordo com o gestor de Valparaíso, as decisões quanto as medidas a serem adotadas na região devem ser anunciadas, no máximo, até sexta-feira (26/2).

A recomendação do Governo de Goiás para os municípios que estão na área vermelha de contágio para o coronavírus, como as cidades do Entorno, é para o fechamento das atividades não essenciais, o lockdown.

Resistência

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), informou que não planeja se juntar aos prefeitos do Entorno para determinar o fechamento de atividades não essenciais em função da pandemia da Covid-19. “Não pretendo fechar nada”, afirmou à coluna Grande Angular, nesta segunda-feira (22/2).

Sob a condição de cumprir protocolos definidos para evitar a proliferação do novo coronavírus, o DF liberou a abertura de setores do comércio, como shoppings, bares e restaurantes.

A média móvel de mortes por Covid-19 no Distrito Federal está em 9,8. Em comparação com o verificado há 14 dias, o indicador sofreu aumento de 2,9%, percentual que está dentro dos padrões que indicam estabilidade.

Força-tarefa

Uma força-tarefa foi montada na manhã de sábado (20/2) para alertar e conscientizar a população de Luziânia (GO), cidade do Entorno do Distrito Federal, quanto ao alto índice de contaminação pelo novo coronavírus no município. A iniciativa teve a participação das secretarias municipais de Saúde e de Segurança Pública, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.

“Diante da sobrecarga dos serviços de saúde público e privado do município, e também do estado de Goiás, convocamos todas as pessoas a ficarem em casa e cumprirem todos os protocolos de prevenção e controle do combate à Covid-19”, dizia a mensagem propagada aos moradores em um carro de som.

Luziânia registrou número significativo de casos, e a preocupação aumenta com a circulação da variante do Reino Unido na região. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa foi confirmada como uma das mais transmissíveis e a que mais gera ocupação de leitos em hospitais, além de aumentar a mortalidade.

Situação crítica

Na semana passada, Alexandrino já havia destacado que, no momento, o mais importante é conseguir desacelerar a contaminação. “Sem dúvida, o Entorno Sul é algo que preocupa, por dois motivos: pela densidade demográfica, a segunda maior do estado, perdendo para a região metropolitana, e também pelo aspecto da sazonalidade em relação a Brasília. Do ponto de vista epidemiológico, a gente precisa frear a contaminação. Se um milhão de pessoas se contaminar ao mesmo tempo e, destas, 500 mil necessitarem de UTI, nenhum estado tem essa capacidade”, salientou.

Ainda de acordo com o secretário de Saúde de Goiás, o estado dispões de apenas duas unidades hospitalares na região do Entorno. Uma em Formosa, com 14 leitos, e outra em Luziânia, no Entorno Sul, com 30 leitos. “No mundo, a chance de mortalidade de quem vai para UTI por causa de Covid-19 é de 50% a 60%. Não adianta abrir leitos de UTI e cair na falsa ilusão de que abrir mais leitos está ok. Não se abre leitos de um dia para a noite. Quanto mais se contamina, mais chances de ter variantes diferentes, de ter mutação, de mais infecção e de não ter vacina suficiente”, reforçou Alexandrino.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?