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PCdoB “exige respeito” de PT e PSol depois de racha na eleição de Maia

Comunistas reclamam da tentativa dos aliados de impedir incorporação do PPL, necessária para ampliação dos espaços de atuação na Câmara

atualizado

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Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados
orlando silva
1 de 1 orlando silva - Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados

A divisão dos partidos de esquerda na eleição para a presidência da Câmara deixou sequelas entre antigos aliados. Um questionamento feito pelo PSol, com apoio do PT, durante a sessão da última sexta-feira (1/2) provocou dura reação do PCdoB. Em nota oficial, a bancada comunista manifesta indignação e “exige respeito”.

Divulgado ainda na sexta-feira, o texto explicitou a insatisfação com os petistas e psolistas. “Esperávamos este ataque pela direita, pelos que não aceitam nossa história e ideologia, pelos que querem nos aniquilar, nos criminalizar, impedir nossa luta”, diz o texto.

O PCdoB participou, junto com o PDT, de um bloco que apoiou Maia. PT e PSol lançaram o deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ) para a presidência da Câmara. A reclamação dos comunistas se deve a uma questão de ordem apresentada durante a sessão que elegeu Maia pelo deputado Ivan Valente (PSol-SP). Com apoio do PT, o parlamentar paulista tentou barrar a incorporação do PPL pelo PCdoB, aceita pelo presidente da Câmara. Na

A união das duas legendas permite aos comunistas ampliar os espaços de atuação na Câmara. Como não conseguiu o mínimo de 10 deputados na última eleição, o PCdoB incorporou o PPL para atender à exigência. A formalização desta iniciativa ainda tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar da insatisfação com os aliados, o PCdoB reafirma a posição de juntar forças para fazer oposição ao governo: “Ontem, hoje e amanhã cerramos e cerraremos fileiras contra o governo de extrema direita de Bolsonaro e todos que tentem ferir a liberdade, a democracia e os direitos do nosso povo”.

Em tom mais duro, o presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, ligada ao PCdoB, reclamou do comportamento dos aliados.

“Por uma diferença de conduta política num episódio tático, incorrem num daqueles erros que deixam uma marca negativa, uma mancha nas mãos, daquelas que por mas mais que se lave, lá persiste a mancha. Por esse erro terão que prestar contas à história”, afirmou Rabelo, que já foi presidente nacional do PCdoB.

 

Leia abaixo a íntegra da nota da bancada do PCdoB na Câmara.

PCdoB exige respeito!

Os blocos parlamentares formados na Câmara na eleição da mesa duram 1 dia. E independem da eleição da Presidência da Casa, servindo apenas para possibilitar os espaços políticos das bancadas na mesa diretora e comissões temáticas. Esses instrumentos servem à organização interna, mas também servem à luta do povo que precisa impedir reformas contra seus direitos e para aprovar projetos de seus interesses.

Bancadas menores buscam ampliar suas forças e suas relações políticas. Neste contexto o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) encontrou uma dificuldade a mais, que foi uma possível restrição à sua liberdade de atuação e funcionamento parlamentar, ao não alcançar a cláusula de barreira no enfrentamento da onda fascista no processo eleitoral.

Para superar este obstáculo optamos e decidimos, em fórum partidário, pela incorporação de outra agremiação política, o Partido Pátria Livre (PPL), que tem história de luta e que de forma generosa e comprometida com a liberdade, decidiu em seu Congresso por esta incorporação.

Lamentavelmente, por uma visão pontual e casuística, por pura conta matemática de tamanho de blocos na casa, o PSOL, sustentado pelo PT e PSB, nossos aliados de 30 anos, tentou por manobra regimental atingir a nossa liberdade de organização e questionar a nossa decisão de incorporar o PPL, o que já foi reconhecido pela Câmara dos Deputados.

Expressamos a nossa indignada surpresa! Esperávamos este ataque pela direita, pelos que não aceitam nossa história e ideologia, pelos que querem nos aniquilar, nos criminalizar, impedir nossa luta. Jamais daqueles que defendemos nas ruas e com quem ontem, hoje e amanhã cerramos e cerraremos fileiras contra o governo de extrema direita de Bolsonaro e todos que tentem ferir a liberdade, a democracia e os direitos do nosso povo!

Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados

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