A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta (3/12), a Operação Onzenário para investigar suposto conluio, entre 2008 e 2014, entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários. Os envolvidos teriam atuado no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha dos servidores do governo do Ceará.
Entre os alvos da ofensiva está Arialdo Pinho – ex-secretário da Casa Civil do Governo Cid Gomes (2007-2015) e atual Secretário de Turismo do governo Camilo Santana – , que tem endereços vasculhados pela PF. Seu genro, empresário e contador tem mandado de prisão expedido.
Agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e fazem 26 buscas em endereços no Ceará, em São Paulo e Salvador. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal, que ainda bloqueou valores em contas dos investigados.
Segundo a PF, a investigação identificou “fluxo intenso de capitais obtidos de forma criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de capitais”.
“Os indícios apontam participação de um secretário de Estado da Casa Civil do Estado do Ceará à época dos fatos em apuração. Há também indícios de atuação do genro desse Secretário de Estado à época, gestor de uma das empresas que movimentou mais de R$ 600 milhões nas operações de crédito sob investigação”, registrou a corporação em nota.
A ofensiva apura supostos crimes de associação criminosa, corrupção e fraude em licitação, além de delitos contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, que, segundo a Polícia Federal, culminaram em enriquecimento ilícito dos investigados – servidores públicos, ex-gestores de instituições financeiras e empresários – “em detrimento dos servidores públicos estaduais do Estado do Ceará, obrigados a arcar com juros mais elevados em operações de crédito”.
A Polícia Federal informou ainda que o nome da operação, Onzenário, “remete à agiotagem ou cobrança extorsiva de juros”.
Os investigados
A reportagem busca contato com os citados. O espaço está aberto para manifestações.