Deputados querem vetar porte de arma de Zambelli: “Falta psicológico”
Parlamentares alegam que Carla Zambelli não tem “condições psicológicas mínimas” para utilizar o armamento de fogo
atualizado
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Deputados da bancada do PCdoB na Câmara apresentaram, nessa quinta-feira (3/11), um pedido de tutela provisória de urgência para suspender o porte de armas da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Na manifestação, os parlamentares alegam que a congressista não tem “condições psicológicas mínimas” para utilizar o armamento de fogo.
O pedido ocorre após nova polêmica envolvendo Zambelli. No último sábado (29/10), véspera da eleição, a deputada apontou uma arma para um apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva. Zambelli alegou ter reagido após ter sido agredida e xingada por um apoiador do petista na Alameda Lorena, no bairro Jardins.
Segundo relato, a deputada estava em um restaurante, quando foi abordada por um grupo de apoiadores do ex-presidente. Eles teriam se aproximado da parlamentar e disparado xingamentos. Ela disse que foi empurrada e que alguém teria cuspido nela. Em seguida, mostra uma marca no joelho.

Deputado do DF denuncia Carla Zambelli ao TSE por porte de arma na véspera da eleição Reprodução/Youtube

Segurança de Carla Zambelli saca arma durante perseguição a homem negro Reprodução/Redes Sociais

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) aponta arma em rua de São Paulo Reprodução/vídeo

Zambelli discute com apoiador de Lula antes de sacar arma em SP Reprodução

Deputada mostrou uma marca no joelho e diz ter sido empurrada Sam Pancher/Metrópoles

No entanto, gravações mostraram outros momentos da confusão Reprodução/Youtube

Deputada divulgou imagens nas mídias sociais Reprodução/Youtube
Porém, vídeo obtido pela coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles, mostra que Zambelli não foi empurrada pelo homem que ela depois perseguiu, armada, e acuou dentro de um bar. As imagens mostram que a parlamentar tropeça sozinha e, ao levantar, sai correndo atrás do homem com um de seus seguranças, que já saca a arma e aponta para o homem negro.
Para os deputados autores da ação, não se pretende com a medida judicial questionar a legislação e os atos normativos que tratam da autorização para a aquisição e para o porte de armas de fogo, muito menos a política armamentista liderada pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). No entanto, avaliam que a parlamentar não poderia estar portando armas de fogo.
“A concessão em favor da deputada de autorizações para a aquisição e para o porte de arma de fogo não poderia ocorrer, uma vez que a referida deputada não possui condições psicológicas mínimas para portar arma de fogo, haja vista a forma como agiu no caso em testilha e, assim, deve-se anular, ainda que por meio judicial, as autorizações para porte e aquisição de armas de fogo à ela outorgadas, sob pena de assistirmos a outros episódios, ainda mais gravosos, envolvendo a requerida”, defendem.
A dupla ainda cita episódio envolvendo a deputada após o fim das eleições. “A requerida tem estimulado a realização, por parte de apoiadores do candidato a presidente da República derrotado, de verdadeiras barricadas em rodovias de todo o país, inclusive ela própria publicou em seu perfil na rede social Twitter, incitação à prática de crime de desobediência contra decisões emanadas do Tribunal Superior Eleitoral”.
Além disso, argumentam que “atitudes de afronta ao Estado Democrático de Direito e à decisões do Poder Judiciário por parte da Requerida são amplamente conhecidas em episódio”.
Após o episódio e a vitória de Lula nas eleições presidenciais, bolsonaristas a apontaram como uma das culpadas pela derrota de Jair Bolsonaro. Em seguida, nessa quinta-feira (3/11), ela deixou o Brasil e viajou para os Estados Unidos.
Procurada, a assessoria de imprensa de Zambelli não havia comentado o pedido até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto.