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Bolsonaro é vaiado em feira e reage: “Não vamos chegar ao nível deles”

Presidente participou na tarde desta sexta-feira da 1ª Feira Brasileira do Nióbio e foi alvo de protestos no início do discurso

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Ministro da Saúde Marcelo Queiroga Atletas olímpicos e paralímpicos Jogos de Tóquio são recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto
1 de 1 Ministro da Saúde Marcelo Queiroga Atletas olímpicos e paralímpicos Jogos de Tóquio são recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi alvo de protestos durante evento em Campinas (SP) na tarde desta sexta-feira (8/10). Ao inciar seu discurso, ele foi interrompido por um grupo de mulheres citando a marca de 600 mil mortes por Covid-19, atingida nesta sexta, o corte no orçamento de Ciência e Tecnologia e o veto ao projeto de seguridade menstrual. Elas também gritaram “fora, Bolsonaro”.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, se levantou e pediu para o grupo se sentar, ao que Bolsonaro interrompeu:

“Calma lá. Não vamos chegar ao nível deles não, por favor. Eu sairei daqui imediatamente se ela que me responder quanto é, quanto são 7 x 8, raiz quadrada de 4, saio agora daqui”, reagiu.

Veja:

Durante o discurso, Bolsonaro disse lamentar as mortes pela Covid-19 no país, mas afirmou ter havido “uma potencialização, uma politização” da pandemia.

“Em parte dá certo o nosso governo — não vou falar que é tudo 100% —, apesar da tal da pandemia, que houve uma potencialização, em que pesem as mortes. Lamentamos todas as mortes, mas houve uma politização enorme…”

Nióbio

O presidente está em São Paulo nesta sexta, onde participou de cerimônia de abertura dà 1ª Feira Brasileira do Nióbio.

O minério era um dos assuntos mais comentados por Bolsonaro quando era deputado federal e também foi tema recorrente na campanha eleitoral de 2018. Na Presidência da República, porém, Bolsonaro o menciona em raras ocasiões.

O Brasil é o maior produtor de nióbio do mundo, responsável por abastecer cerca de 90% do mercado mundial. O material serve principalmente como elemento de liga nos aços de alta resistência e baixa liga, usados na fabricação de automóveis, e na construção civil, como pontes e edifícios.

É encontrado também nas superligas, que operam em altas temperaturas, e em turbinas de aeronaves a jato.

Acompanharam o presidente na agenda os ministros Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Walter Braga Netto (Defesa) e Milton Ribeiro (Educação).

Corte no orçamento

O evento ocorre um dia após decisão do Ministério da Economia de retirar 92% dos recursos que seriam destinados a vários projetos científicos, inclusive a bolsas e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Dos R$ 690 milhões já previstos para projetos de ciência e tecnologia em 2021, sobraram apenas R$ 55 milhões (8% do total inicial).

Em discurso, o titular da pasta, Marcos Pontes, cobrou mais dinheiro para a área. “Ontem não foi um dia muito bom, com relação a orçamento, falando no ministério. Mas a vida da gente é assim: tem um dia bom, outro dia ruim. E eu tenho certeza que, com o apoio do presidente Bolsonaro, nós vamos conseguir recuperar o orçamento do ministério e aumentar esse orçamento. Porque é através desse investimento é que vamos construir o Brasil”, afirmou Pontes.

Na sequência, Bolsonaro disse que o ministro o “perturba” bastante, mas salientou não haver briga entre eles. “Ele me perturba bastante, e eu cobro bastante dele também, mas na harmonia, não existe briga.”

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