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Candidaturas laranja: PF cumpre mandados na sede do PSL em Minas

Polícia investiga esquema de desvio de dinheiro do fundo eleitoral no último pleito. O ministro do Turismo teve o nome envolvido no caso

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
Marcelo Alvaro Antonio
1 de 1 Marcelo Alvaro Antonio - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Na manhã desta segunda-feira (29/04/2019), a Polícia Federal deflagrou operação para investigar supostas irregularidades na aplicação de recursos de campanhas eleitorais femininas de um partido político em Minas Gerais. De acordo com apuração do Metrópoles, a inspeção é referente ao Partido Social Liberal (PSL) no estado. A ação, batizada de Sufrágio Ostentação, teve sete mandados de busca e apreensão expedidos pela 26ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte.

Dois dos mandados foram cumpridos na capital mineira. Outros dois ocorreram na cidade de Contagem, o quinto, em Coronel Fabriciano, outro em Ipatinga e o sétimo, em Lagoa Santa. Na ação, policiais apreenderam documentos relativos à produção de material gráfico para as campanhas eleitorais do último pleito.

“Isso é um indício concreto que a gente acha que está amplamente comprovado. Aquelas prestações de contas não refletem a verdade do que efetivamente ocorreu em termos de gastos de recursos”, disse o delegado responsável pela investigação, Marinho Rezende, em entrevista ao G1.

Ainda segundo Rezende, estão sendo investigadas todas as candidatas do sexo feminino do partido. “Mas existem aquelas [candidatas] que receberam montantes maiores e que evidentemente indicam que houve essa devolução de valores”, completa o delegado.

Ministro do Turismo
Em nota divulgada ao jornal, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, afirmou que o partido seguiu rigorosamente o que determina a legislação eleitoral. E disse ainda que segue à disposição da Polícia Federal.

Confira a nota na íntegra:
“O ministro Marcelo Álvaro Antônio reitera que o partido seguiu rigorosamente o que determina a legislação eleitoral. Ele afirma que segue à disposição da Polícia Federal para prestar todas as informações necessárias, pois há mais de um mês me ofereci espontaneamente para prestar depoimento às autoridades do caso. O que vem me atingindo há cerca de 3 meses é resultado de uma disputa política local, cujos interesses são prejudicados com minha presença no Ministério do Turismo. Sigo confiante de que a verdade prevalecerá”.

Essa não é a primeira vez que o suposto esquema de corrupção no partido está em foco. Apesar de não ser investigado na Operação Sufrágio Ostentação, o ministro é alvo de apurações da PF por ter, supostamente, participado de esquemas de candidaturas laranja em Minas Gerais. Ele é investigado desde fevereiro, pois teria desviado recursos eleitorais e beneficiado empresas relacionadas ao próprio gabinete.

A informação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com o veículo, no esquema, mulheres eram convidadas a se candidatar a uma vaga no pleito de 2018 e, em troca, deveriam devolver parte do dinheiro do Fundo Eleitoral ao partido, cuja direção regional estava sob comando do ministro.

Álvares Antônio foi, inclusive, acusado por integrantes do PSL em Minas Gerais de convidá-las para concorrer aos cargos de deputado federal nas eleições de 2018. Em troca, elas deveriam devolver parte do dinheiro recebido. A Polícia Federal informou anteriormente que havia elementos que apontavam para a participação do ministro no esquema.

Durante audiência no Senado no último dia 10 de abril, Álvaro Antônio negou as acusações contra ele. “Sempre agi dentro da legislação”, disse o ministro do Turismo. (Com informações da Polícia Federal)

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