Polêmica: deputados votam PL que cria taxa do agro em Goiás na terça

Criticado pelo setor, projeto de lei (PL) cria taxa do agro para governo investir em infraestrutura. Deputados já o aprovaram em 1° turno

atualizado 21/11/2022 19:14

Atividade agrícola no Brasil (agro - agronegócio). Em Goiás, governo propõe criação de taxa do agro - Metrópoles Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – O projeto de lei (PL) elaborado pelo Governo de Goiás, que ficou conhecido como “taxa do agro”, será votado definitivamente, nesta terça-feira (22/11), pelos deputados estaduais. Conforme a justificativa o Executivo, a proposta cria uma contribuição sobre produtos agropecuários para ser investida na manutenção da infraestrutura, como rodovias, pontes e aeródromos.

De acordo com o projeto, a taxa será de, no máximo, 1,65% sobre produtos agropecuários produzidos e o dinheiro arrecadado será administrado por um fundo dentro da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes de Goiás (Goinfra). No entanto, os detalhes só devem ser definidos após a aprovação do projeto.

Polêmica

Representantes do agronegócio se posicionaram contrários ao projeto. O deputado federal, produtor rural e presidente do Sistema Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária em Goiás), José Mário Schreiner, tem articulado para que a proposta não seja aprovada em sua segunda votação. “Conforme temos enfatizado, a realidade do campo requer cautela, uma vez que os custos de produção têm se elevado cada vez mais e os produtores dos diversos segmentos da agricultura e pecuária têm lutado para não operar no prejuízo”, afirma ele.

“A cobrança de mais uma taxa pode inviabilizar o setor agropecuário, gerando índices de desemprego e freando o desenvolvimento tão necessário para a sociedade, o estado e o país”, ressalta Schreiner.

De acordo com o governo, a contribuição é restrita a produtores que têm benefícios fiscais ou regimes fiscais especiais de tributação. A taxa, que já existe no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, não será aplicada a produtores de itens da cesta básica, de leite e agricultores familiares que vendem direto para o consumidor final.

A expectativa do governo com o projeto é arrecadar R$ 1 bilhão por ano. O valor compensaria a perda do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) dos combustíveis e energia determinados pelo governo federal.

Votação

A primeira votação do projeto ocorreu no último dia 17/10. Na ocasião, produtores rurais protestaram na sede da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Eles levaram faixas contra a taxa do agro e também gritaram palavras de ordem.

Parlamentares ligados ao setor do agronegócio dizem que o projeto é inconstitucional e não há como saber detalhes do impacto da nova taxa.

Caso seja aprovado na votação desta terça-feira (22/11), o projeto segue para sanção do governo.

Veja como foi a votação entre os deputados:

A favor:

  • Álvaro Guimarães (UB)
  • Bruno Peixoto (UB)
  • Dr. Antonio (UB)
  • Rubens Marques (UB)
  • Talles Barreto (UB)
  • Tião Caroço (UB)
  • Virmondes Cruvinel (UB)
  • Amilton Filho (MDB)
  • Charles Bento (UB)
  • Francisco Oliveira (MDB)
  • Lucas Calil (MDB)
  • Thiago Albernaz (MDB)
  • Zé da Imperial (MDB)
  • Cairo Salim (PSD)
  • Max Menezes (PSD)
  • Wilde Cambão (PSD)
  • Coronel Adailton (PRTB)
  • Dr. Fernando Curado (PRTB)
  • Julio Pina (PRTB)
  • Jeferson Rodrigues (Republicanos)
  • Rafael Gouveia (Republicanos)
  • Henrique César (PSC)

Contra:

  • Lissauer Vieira (PSD)
  • Antônio Gomide (PT)
  • Delegada Adriana Accorsi (PT)
  • Alysson Lima (PSB)
  • Amauri Ribeiro (UB)
  • Sérgio Bravo (PSB)
  • Helio de Sousa (PSDB)
  • Major Araújo (PL)
  • Zé Carapô (Pros)
  • Cláudio Meirelles (PL)
  • Delegado Humberto Teófilo (Patriota)
  • Delegado Eduardo Prado (PL),
  • Paulo Cezar Martins (PL)
  • Chico KGL (UB)
  • Paulo Trabalho (PL)
  • Gustavo Sebba (PSDB)

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