Goiânia – Um filhote de anta sobrevivente do incêndio no Parque Nacional das Emas, em no sudoeste de Goiás, foi resgatado na manhã desta quinta-feira (15/7). O pequeno animal, que tem cerca de dois meses de idade, estava com 40% do corpo queimado, incluindo os dois olhos.
O bebê de anta foi encontrado por um trabalhador rural em um canavial, na região do Morro Vermelho, que fica próximo à unidade de conservação. O fogo devastou cerca de 30 mil hectares do Cerrado.

Animal foi encontrado em canavial próximo ao local do incêndioAirton Katsuyama

Bebê anta tomou soro e passou por processo de limpeza para evitar infecçãoAirton Katsuyama

Voluntária Raiane Alves ajudou no resgate de bebê antaAirton Katsuyama

Cerca de 70 pessoas atuam no trabalho de controle do fogoCBMGO

Incêndio começou no início da noite de sexta-feira (9/7). Causas ainda estão sendo apuradasCBMGO
Um funcionário da usina de cana-de-açúcar, que funciona no local, entrou em contato com o Instituto Ayumi Aventureira, de Mineiros (GO), para onde o filhote foi levado. A chance de sobrevivência da anta é de cerca de 5%, segundo o biólogo Airton Katsuyama.
“É triste ver um caso desse. A gente sente a angústia desse animal. É órfão e está violentamente ferido. Ele precisa de cuidado”, relata o profissional.
Dor
A pequena anta está sentindo muita dor, ao ponto de ter dificuldade de se deitar e descansar. Segundo o biólogo, a dor não é totalmente tirada com os remédios, pois caso contrário, o animal acha que está bem e tenta fugir.
O tratamento é feito com remédios para dor, cicatrizantes, limpeza, assepsia, pomadas antibióticas e anestésicas. “O problema é que a queimadura é porta de entrada para a infecção”, explica Katsuyama.
Soltura?
O filhote poderá voltar à natureza caso recupere a visão. Se permanecer cego, será encaminhado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
Pouco mais de 20% do Parque Nacional das Emas, no extremo sudoeste de Goiás, foi destruído pelas chamas do incêndio que durou quatro dias. A unidade de conservação tem 132 mil hectares. A suspeita é que o fogo começou durante o uso do fogo controlado para fazer aceiros em pontos estratégicos do parque.