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“É possível a mulher estar na ciência”, diz jovem premiada pela Nasa

A estudante brasileira de medicina Verena Paccola, de 22 anos, descobriu 25 asteroides; um deles pode colidir com a Terra

atualizado

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Arquivo pessoal
sao paulo estudante descobre asteroides
1 de 1 sao paulo estudante descobre asteroides - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo – A estudante de medicina Verena Paccola Menezes, de 22 anos, se destacou ao ser reconhecida pelo programa Caça Asteroides, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil, em parceria com a Nasa. Ela foi responsável pelo descobrimento de 25 asteroides, um deles raro, que pode se chocar com a Terra.

“É muito importante a busca por esse objetos, porque precisamos analisar a probabilidade de colisão com o planeta e os prejuízos para os humanos”, afirma a jovem, que é técnica em enfermagem pela Unicamp e, atualmente, cursa o segundo ano da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (USP).

Ela afirmou ao Metrópoles que é uma batalha estar no meio acadêmico e não notar presença feminina. “É notável a falta de mulheres dentro dos laboratórios, fazendo pesquisa, recebendo reconhecimento. Essa é outra parte da minha conquista, mostrar para as novas gerações de meninas que é possível uma mulher estar na ciência, porque é uma batalha”, disse Verena.

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A estudante da  recebeu o prêmio em 9/12 das mãos de Patrick Miller, criador do programa da Nasa e coordenador do International Astronomical Search Collaboration (IASC).

Descoberta

Os asteroides são corpos cósmicos que circulam pelo espaço sideral ao redor do Sol, principalmente entre as órbitas de Marte e Júpiter. Eles possuem algumas centenas de quilômetros e formas irregulares e se incendeiam quando entram em contato com a atmosfera terrestre.

“Entre os mais de 25 asteroides que descobri, um é considerado como fraco, um tipo muito importante e raro, porque se move mais devagar. Normalmente é esse tipo de asteroide que colide com a Terra. Eles exigem uma atenção maior da Nasa”, explicou.

A agência americana está colhendo dados e irá analisar a órbita do asteroide para verificar qual é a probabilidade de colisão com nosso planeta e quando isso ocorreria. A universitária poderá ainda dar nome aos asteroides e um deles levará o nome de sua avó.

As descobertas ocorreram por meio de um software utilizado pela Nasa e outras entidades. “No Havaí, há um telescópio que capta imagens do espaço, que eram enviadas para mim em pacotes. Eu jogava esses registros no software e, por meio de uma programação, ele fixava as imagens em sequência. Desse modo, dava para analisar o que estava lá, se era estático ou se movia. Enquanto as estrelas ficam estáticas, os asteroides caminham em órbitas”, contou Verena.

A estudante contou que idealiza um treinamento para jovens, no intuito de formar novos caçadores de asteroides e incentivar a entrada de mais estudantes na área da ciência. “Pretendo incluir mais jovens do Brasil nos treinamentos do Caça Asteroides. Abrirei o primeiro curso por meio do meu perfil no Instagram”, adiantou.

Vida acadêmica

O interesse pela análise espacial surgiu enquanto ela estudava para o vestibular de medicina, seu curso dos sonhos. “Eu sou formada em técnica de enfermagem pela Unicamp e estava cursando graduação em neurociência no Canadá. Retornar ao Brasil e precisar rever o conteúdo de ensino médio era quase uma tortura. Ficava muito entediada, então em precisava de estímulos. Quando soube da oportunidade de caçar asteroides, achei muito legal e abracei essa ideia”, disse.

Questionada sobre o futuro na área espacial, Verena reforçou que a ideia presente é a medicina. “Sonho com isso desde que me entendo por gente. Serei médica, mas a especialização é algo que pode ser discutida na minha cabeça”, disse.

“Meu interesse maior atualmente é a neurocirurgia. Mas também estou sendo muito estimulada pela área espacial. Penso em fazer uma especialização em medicina espacial ou neurocirurgia espacial, mas aqui no Brasil é pouco divulgado”, contou.

A jovem ressalta ainda que grande parte de sua trajetória estudantil se deu por meio do ensino público. “Meu ensino médio foi todo no ensino público. Estudei em escola técnica da Unicamp. Fui para o Canadá, para a graduação, através do apoio de uma instituição brasileira, Fundação Estudar, mas, mesmo assim, os custos estavam muito altos”, afirmou. “Resolvi voltar para o Brasil e foi a melhor decisão que tomei”, finalizou.

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