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Máfia das Próteses: MP denuncia 19 acusados por organização criminosa

Todos foram denunciados por participar de organização criminosa. Os promotores continuarão analisando o caso para encaminhar denúncia por outros crimes

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Operação Mister Hyde
1 de 1 Operação Mister Hyde - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia contra 19 envolvidos na Máfia das Próteses pelo crime de organização criminosa. É apenas uma primeira fase encaminhada à Justiça. A Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida) continua analisando o caso e deve encaminhar denúncia por outros crimes nos próximos dias. O MP pediu ainda a fixação do valor de R$ 30 milhões a serem pagos de forma solidária pelos denunciados. O dinheiro pode ser utilizado para futuras indenizações.

O caso envolve médicos e empresários presos durante a Operação Mister Hyde, deflagrada pelo Ministério Público do DF e pela Polícia Civil no começo deste mês. Treze pessoas foram presas na ação e R$ 500 mil apreendidos. “Agora, a denúncia é por organização, para essas pessoas que, nos três níveis, tiveram ganhos ilícitos. É uma sociedade organizada para a prática de crimes”, explicou o promotor Maurício Miranda.

Verificamos que eles não tinham as vítimas como pacientes, mas como projeto financeiro em cima de cada cirurgia. Queriam sempre auferir lucros. Não percebemos preocupação com o bem-estar do paciente.

Maurício Miranda

Entre os denunciados está o sócio-proprietário do Hospital Home, Nabil Nazir El Haje. Segundo o promotor, o estabelecimento tinha ciência das irregularidades: “Toda verba que entrava no hospital beneficiava o sócio-proprietário. Atuavam de forma ativa e o próprio hospital garantia que as indicações dos médicos prevalecessem.”

Esquema

Segundo as investigações, os suspeitos montaram um esquema criminoso envolvendo cartel formado por hospitais, médicos e empresas fornecedoras de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs). Estima-se que cerca de 60 pacientes foram lesados em 2016 somente por uma empresa. O esquema teria movimentado milhões de reais em cirurgias, equipamentos e propinas.

Segundo as investigações, o grupo pode ter tentado matar uma paciente que ameaçava denunciar a quadrilha, deixando um arame de 53cm na jugular dela. Além disso, há casos de cirurgias sabotadas para que o paciente fique sendo operado e, assim, gere lucro para o esquema, utilização de produtos vencidos e troca de próteses mais caras por outras baratas.

Investigados
Foram cumpridos mandados contra os médicos Marco de Agassiz Almeida Vasques, Henry Greidinger Campos, Rogério Gomes Damasceno, Juliano Almeida e Silva, Wenner Costa Catanhêde e Leandro Pretto Flores.

Outros alvos da operação foram o médico Antônio Márcio Catingueiro Cruz e o empresário Micael Bezerra, da TM Medical, empresa que fornece equipamentos hospitalares e funciona no Cruzeiro. O sócio dele, médico-cirurgião John Wesley, também foi preso.

Denunciados:

Sócios e funcionários da TM Medical
– Johnny Wesley
– Marisa Aparecida Rezende Martins
– Micael Bezerra Alves
– Sammer Oliveira Santos
– Danielle Beserra de Oliveira
– Rosangela Silva de Sousa
– Edson Luiz Cabral

Home Hospital
– Nabil Nazir El Haje
– Antonio Marcio Catingueiro

Médicos
– Marco de Agassis Almeida Vasques
– Eliana de Barros Marques
– Rogério Gomes Damasceno
– Juliano Almeida e Silva
– Henry Campos
– Wenner Costa Cantanhede
– Leandro Pretro Flores
– Rondinele Rosa Ribeiro
– Naura Rejane Pinheiro da Silva

 

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