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Confira quem são os principais delatados pela JBS e quanto receberam

Escoadouro de dinheiro da gigante da carne para comprar políticos teria alcançado desde o presidente Michel Temer a fiscais da Receita

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Os freezers da JBS abasteceram muito mais do que a mesa dos brasileiros ao longo da última década. A líder mundial no mercado de carne também foi a mão que alimentou, ilegalmente, os interesses escusos nutridos por mais de 1.800 políticos do cenário local e nacional. Quase 30 partidos participaram do banquete às custas de propinas milionárias. Estima-se que os repasses ilícitos somem quase R$ 600 milhões.

Essa nova face do esquema de corrupção veio à tona após executivos da JBS firmarem acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF). Proprietários do grupo, os irmãos Joesley e Wesley Batista foram os principais responsáveis por delatar como ocorriam as negociatas e quais eram as contrapartidas oferecidas.

O escoadouro de propina da gigante da carne teria alcançado desde o presidente Michel Temer (PMDB) até fiscais da Secretaria da Receita em Rondônia. Também teriam sido agraciados, com vultosas quantias, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), o senador asfastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Mas a lista de pessoas públicas é muito maior e inclui chefes de Poder, deputados e governadores.

Confira alguns dos principais políticos que receberam grandes fatias da JBS:

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Implosão da República
A delação da JBS ameaçou a redoma dos políticos na quarta-feira (17/5). Os primeiros a sentirem o impacto das denúncias dos irmãos Batista foram Michel Temer e Aécio Neves. Transcrições de conversas entre os políticos e Joesley mostravam um suposto aval do presidente à compra do silêncio de Eduardo Cunha e o senador tucano pedindo R$ 2 milhões para arcar com honorários advocatícios na Lava Jato.

Com a liberação da íntegra dos acordos na sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), novos detalhes sobre outros personagens do esquema foram revelados. Em um dos trechos, delatores afirmam que o advogado de Brasília Willer Tomaz teria cobrado R$ 8 milhões em honorários para defender os interesses de Joesley Batista. Em troca de informações privilegiadas, o advogado teria dito que pagaria uma “ajuda de custo” no valor de R$ 50 mil mensais ao procurador Ângelo Goulart Villela.

O acordo de colaboração também revela que a JBS injetou R$ 1,1 milhão em campanhas de políticos do DF. Uma planilha entregue pelos empresários aos procuradores da Lava Jato detalha valores pagos aos partidos nas eleições de 2014. Na capital, a JBS investiu no PSB, que elegeu o governador Rodrigo Rollemberg, e no PT.

Em depoimento aos procurados, Ricardo Saud, diretor da empresa, revelou ainda que Michel Temer teria recebido R$ 15 milhões do PT para financiar sua campanha à vice-presidência, em 2014, mas decidiu “guardar” R$ 1 milhão.

A cifra que o delator afirma ter ficado com o então candidato à vice-presidência da República teria sido entregue na sede da Argeplan Arquitetura e Engenharia, na Vila Madalena, em São Paulo. A empresa é de propriedade de João Baptista Lima Filho, amigo de Temer, e já foi alvo de investigações da Lava Jato.

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