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Dias Toffoli, do STF, teria recebido R$ 350 mil de empresa investigada

Grupo Galileo teria desembolsado o valor como pagamento de aulas ministradas em universidade mantida pela empresa, alvo da Operação Recomeço

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na Presidência do STF – Brasília – DF 12/09/2016 dias toffoli
1 de 1 Cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na Presidência do STF – Brasília – DF 12/09/2016 dias toffoli - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli teria recebido, em 2011, R$ 100 mil a mais que o valor de um ano inteiro de salário líquido como magistrado da Corte. A informação vem de uma testemunha da Operação Recomeço, que investiga o grupo Galileo, mantenedor da Universidade Gama Filho. A empresa seria responsável por ter, supostamente, pago R$ 350 mil a Toffoli para que ele lecionasse em suas unidades. As informações são do BuzzFeed.

Toffoli não é investigado e, assim como outros integrantes da magistratura, tem permissão para ministrar aulas. Entretanto, não há prestação de contas sobre os negócios entre ele e a empresa. Já o grupo Galileo é investigado porque teria recebido R$ 100 milhões dos fundos de pensão Postalis, dos Correios, e Petros (Petrobras).

O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que o montante foi desviado mediante fraude e apura o destino dos R$ 100 milhões. Por isso, ex-executivos da empresa estão presos desde junho do ano passado.

A Galileo foi responsável pela Universidade Gama Filho (UGF), descredenciada pelo Ministério da Educação em 2012. À época, a pasta justificou que a companhia apresentava “baixa qualidade acadêmica, grave comprometimento da situação econômico-financeira da mantenedora (Galileo) e falta de plano viável para superar o problema, além da crescente precarização da oferta da educação superior”.

Em depoimento à Justiça Federal no Rio de Janeiro, a testemunha, Aline Duarte, ex-assessora financeira do grupo, citou Toffoli, elencando pagamentos da empresa ao ministro. Ela contou que, em fevereiro de 2011, a Galileo já controlava a universidade. Naquele mês, deu R$ 350 mil a Toffoli, segundo Aline.

Porém, de acordo com denúncia do MPF, a Galileo pediu credenciamento no Ministério da Educação para manter a Gama Filho somente em novembro de 2011, nove meses após o suposto pagamento a Toffoli.

Jato
Aline Duarte, no depoimento, também menciona pagamento de R$ 32 mil, em agosto de 2011, para Líder Táxi Aéreo. Trata-se de um jatinho fretado com o objetivo de transportar Toffoli ao Rio de Janeiro para lecionar. Os R$ 32 mil bancaram apenas uma viagem.

Além de Toffoli, a ex-assessora financeira cita empresas de consultoria e auditorias. O ministro do STF é o único nome de pessoa física mencionado sem relação com os negócios da Galileo.

Na página da universidade na internet, há somente uma citação a Toffoli. A Gama Filho anuncia a participação do ministro como professor da disciplina Tópicos de Direito Constitucional, na faculdade.

Defesa
A reportagem tem tentado contato com Dias Toffoli e enviado a ele perguntas, desde a semana passada. A assessoria do ministro informou nesta terça-feira (22/8) que o magistrado não comentaria o assunto nem responderia às questões.

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