Neymar e Seleção: uma relação tóxica 

Amanda Gil

O casamento que tinha tudo para ser o "match" perfeito, entre Neymar e a Seleção Brasileira, se tornou um relacionamento tóxico para ambos 

Dentro ou fora de campo, quando o assunto é Seleção, Neymar é sempre citado. Entre elogios e críticas, as alfinetadas são mais frequentes

Das 7 competições oficiais disputadas pela seleção principal, o craque do PSG foi campeão em uma, a Copa das Confederações de 2013. Fora a Olimpíada do Rio, na qual ele teve participação crucial na conquista do ouro

O último título do time principal do Brasil foi erguido em 2019, na Copa América, quando Neymar foi cortado por lesão no tornozelo. Além disso, impedido pelo PSG de ir a Tóquio, ele viu o time de jovens ser bicampeão

A representatividade de Neymar, bem como a sua popularidade em todo o mundo, exerce pressão na CBF, em Tite e nos demais jogadores que atuam ao lado do craque

Os números não mentem: o ex-Santos tem papel importante na Seleção e é um dos maiores jogadores do país. Ele é o artilheiro do Brasil em Eliminatórias, com 12 gols 

Neymar soma 70 gols com a amarelinha e é o 2º maior artilheiro da história da Seleção, ficando atrás apenas de Pelé, que balançou as redes 77 vezes pelo país 

Ele responde às críticas sobre estar fora de forma pedindo mais respeito; briga quando a torcida decide apoiar outro time e causa especulações com algumas falas, como a da Copa de 2022, que ele disse ser a sua última

"Eu encaro como a minha última, porque não sei se terei mais condições, de cabeça, de aguentar mais futebol", disse o camisa 10 

A fala demonstrou que há preocupação com a saúde mental. A pressão não está em cima apenas do que ele faz dentro das quatro linhas, mas também em cada passo que Neymar dá fora delas 

Seria melhor tanto para Neymar quanto para a Seleção Brasileira que houvesse um divórcio amigável entre eles? Ou talvez apenas um tempo separados para refletir? 

TEXTO:
Amanda Gil

IMAGENS:
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