15 eventos que sacudiram o Brasil em 2021

Raphael Veleda

As vacinas Coronavac, do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan, e Astrazeneca/FioCruz, têm o uso emergencial aprovado pela Anvisa no dia 17 de janeiro. A primeira pessoa vacinada no país foi a enfermeira Mônica Calazans, em São Paulo. Após um ano, imunizados passam de 140 milhões.

Mesas diretoras da Câmara e do Senado são eleitas em 1º de fevereiro. O governo de Jair Bolsonaro esteve do lado vencedor nas duas Casas, mas viu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se distanciar do Planalto e lançar-se pré-candidato à Presidência. Na Câmara, Arthur Lira (PP-AL) se menteve mais fiel ao governo.

O deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) ofendeu e ameaçou ministros do STF, defendeu o AI5, um dos atos mais autoritários da ditadura militar, e foi preso no dia 17 de fevereiro, após pular um muro para tentar fugir da PF. Passou a maior parte do ano preso e só deixou a cadeia em novembro.

Com apenas 4 anos, o menino Henry Borel morreu no apartamento da mãe, no Rio de Janeiro, no dia 8 de março. Ela, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador cassado Dr. Jairinho, foram acusados de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunhas. Eles estão presos desde 8 de abril deste ano.

Também em 8 de março, o ministro Edson Fachin, do STF, anulou todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relacionadas à operação Lava Jato, alegando que a Justiça Federal de Curitiba, onde atuava o juiz Sergio Moro, não era o foro natural para o julgamento. Semanas depois, 2ª Turma do STF reconhece que Moro agiu com parcialidade ao condenar Lula.

A CPI da Covid-19 no Senado foi aberta no dia 13 de abril e colocou na agenda política durante meses o horror da pandemia que tirou a vida de mais de 618 mil brasileiros. Quando os trabalhos terminaram, em outubro, houve 80 pedidos de indiciamento e foram atribuídos nove crimes ao presidente da República.

Aos 42 anos, o humorista Paulo Gustavo foi uma das mais de 618 mil vítimas da Covid-19 no Brasil. Sua morte, em 4 de maio, comoveu o país e chamou a atenção para a gravidade da pandemia e para a importância da vacinação.

Em 9 de junho começam as buscas pelo serial killer Lázaro Barbosa, que matou uma família em Ceilândia, no DF, e mobilizou forças federais, goianas e candangas em uma caçada pela zona rural no Entorno do DF que mobilizou o noticiário nacional. A força tarefa reuniu cerca de 200 agentes e terminou em 28 de junho com a morte do criminosos em confronto com os policiais.

O presidente Jair Bolsonaro sentu muita dor no dia 14 de julho e foi internado às pressas em Brasília e logo transferido ao hospital particular Vila Nova Star, em São Paulo. Ele passou quatro dias internado com uma obstrução intestinal, mas se recuperou sem precisar de uma cirurgia que chegou a ser planejada.

Dois políticos foram presos no Rio de Janeiro em 13 de agosto, um acusado de participar de uma milícia digital contra as instituições e outra de ordenar a morte do marido, o pastor Anderson do Carmo. Os ex-deputados Roberto Jefferson e Flordelis seguem presos até hoje.

Num episódio significativo daquilo que ficou conhecido como "novo cangaço", dois bancos em Araçatuba, no interior de São Paulo, foram atacados por uma quadrilha de ao menos 20 bandidos. Fortemente armados, eles espalharam pânico na região. Duas pessoas morreram e pelo menos seis ficaram feridas, algumas com gravidade. Foi em 30 de agosto.

Após semanas de mobilização com a participação do presidente Jair Bolsonaro, milhares de manifestantes foram às ruas em 7 de setembro com uma pauta de rompimento da democracia por meio do fechamento do STF e do Congresso. Dois dias depois, Bolsonaro recuou em carta das pautas golpistas e iniciou uma frágil trégua com outros Poderes.

Os aplicativos de comunicação digital administrados pelo Facebook, como Instagram e WhatsApp saíram do ar e deixaram o mundo digital mudo por algumas horas, causando prejuízos financeiros, mas gerando muitos memes.

Um avião de pequeno porte caiu perto de uma cachoeira no interior de Minas Gerais em 5 de novembro, matando cinco pessoas. Entre as vítimas estava a cantora e compositora Marília Mendonça, uma das artistas mais populares do país. Ela tinha apenas 26 anos.

O julgamento de quatro réus denunciados pelo Ministério Público no processe que investigou a morte de 242 pessoas e ferimentos em mais de 600 na tragédia da Boate Kiss, 8 anos antes, começou em Porto Alegre em 1º de dezembro. Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos, e Luciano Bonilha Leão foram condenados a penas entre 18 e 22 anos de cadeia. Chegaram a conseguir habeas corpus, mas foram presos dias depois, por decisão do STF.

TEXTO:
Raphael Veleda

IMAGENS:
Metrópoles