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DF registra 41 casos de violência doméstica todos os dias, diz SSP

Número de ocorrências de crimes previstos na Lei Maria da Penha subiu no ano passado em relação a 2017

atualizado

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mulher espancada
1 de 1 mulher espancada - Foto: istock

Dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social nesta quarta-feira (23/1) revelam uma realidade preocupante sobre violência doméstica. Em 2018, em média, 41 mulheres foram agredidas. Em relação ao ano anterior, houve um acréscimo de 402 casos nos registros de Lei Maria da Penha. Ceilândia continua sendo a região administrativa mais hostil ao sexo feminino, com 2.437 casos no ano passado. A maior e mais populosa cidade do DF corresponde, sozinha, a 16,3% do total desse tipo de ocorrência.

Planaltina e Samambaia são a segunda e terceira colocadas no ranking de violência contra a mulher, ambas as cidades com mais de mil registros anuais. As áreas com a menor ocorrência de crimes previstos dessa natureza são o Jardim Botânico (56 casos), Park Way (54) e Setor de Indústria e Abastecimento (30).

O relatório da SSP também compara o perfil dos agressores por faixa etária. O levantamento mostra que a violência é praticada por homens de todas as idade, mas predomina entre aqueles de 18 a 40 anos, que representam 66% do total. Embora as pessoas do sexo masculino sejam a maioria dos autores dos crimes (89,3%), mulheres respondem por 10,7% do total de casos.

A faixa etária predominante entre as vítimas é semelhante a dos autores. O índice entre as vítimas – entre 18 e 40 anos – também é de 66%. Embora a Lei Maria da Penha também contemple homens, mais de 90% dos episódios são contra pessoas do sexo feminino.

Reincidência
Das 14.985 ocorrências de violência doméstica registradas em 2018, 1.386 autores aparecem em mais de um registro, o que representa uma reincidência de 9,6%. No caso das vítimas, 8% delas já sofreram mais de uma agressão.

Conforme o relatório, a residência aparece como o local onde mais ocorre violência doméstica, com 92,9% do total. Estabelecimentos comerciais, como bares e lojas, respondem por 3,9%.

Na maior parte das vezes, diz a SSP, a ocorrência envolve violência de várias naturezas. Entre os registros, aquelas classificadas como moral/psicológica são a maioria: 67,1%. As físicas estão em 52,4% dos registros. Violência sexual no âmbito da Lei Maria da Penha representa 1,4%.

O documento da SSP conclui que os fins de semana são os mais violentos para as vítimas. Em 2018, sábado e domingo foram os dias em que mais ocorreram as agressões, 37% do número total. O horário da noite, das 18h às 23h59, representa 38% dos casos.

 

 

Projeto
Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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