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Pandemia: saiba por que é importante continuar fazendo teste de Covid

Variante Ômicron, epidemia de influenza e infectados com sintomas leves podem mascarar verdadeira situação da Covid no Brasil

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Goiânia (GO) 13/05/2021 Prefeitura de Goiânia promove testagem de CoViD-19 voltada a assintomáticos . Os testes ocorreram mediante agendamento prévio
1 de 1 Goiânia (GO) 13/05/2021 Prefeitura de Goiânia promove testagem de CoViD-19 voltada a assintomáticos . Os testes ocorreram mediante agendamento prévio - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Desde o início da pandemia, epidemiologistas e infectologistas batem na tecla sobre a importância da testagem de massa para conter o avanço do coronavírus no Brasil. Apesar de o país ter passado por ondas com milhares de óbitos diários por Covid-19, os exames nunca foram feitos em quantidade suficiente.

Com o avanço da vacinação, o Brasil vive um cenário bem diferente do começo de 2021: são poucos os casos diagnosticados e a média móvel de óbitos segue, há dias, abaixo de 200. A Covid-19 parece controlada no país. Porém, ainda não é o momento de relaxar, e é preciso apostar em um sistema de testagem inteligente com o objetivo de evitar que o vírus volte a circular sem controle.

“O ideal é continuar monitorando. As vacinas não conferem imunidade completa, e precisamos saber quantos casos, de fato, estão acontecendo na comunidade. Outro motivo são as variantes: é importante fazer os testes para detectar mudanças de cepa ou alguma evolução na epidemia”, explica a epidemiologista Lígia Kerr, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). “O vírus nos prega peças toda hora, precisamos acompanhar de perto“, afirma.

Na África do Sul, onde a variante Ômicron foi identificada pela primeira vez, por exemplo, a alta de casos serviu como um dos alertas de que algo diferente estava acontecendo com a epidemia no país. O sequenciamento genético confirmou a suspeita.

Saiba mais sobre a variante Ômicron do coronavírus:

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre a nova variante em 24 de novembro
A Ômicron assusta os pesquisadores por ter muitas mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células
Os cientistas alertam que não há como saber ainda se as mutações tornaram o vírus mais letal ou mais resistente ao sistema imunológico
Até o momento, não há muitas informações sobre a variante na prática. Porém, pesquisadores da África do Sul acreditam que o risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes em quem teve Covid-19
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A variante Ômicron foi identificada na África do Sul, com amostras colhidas no início de novembro de 2021

Andriy Onufriyenko/Getty Images
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre a nova variante em 24 de novembro

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A Ômicron assusta os pesquisadores por ter muitas mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células

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Os cientistas alertam que não há como saber ainda se as mutações tornaram o vírus mais letal ou mais resistente ao sistema imunológico

BSIP/Colaborador/Getty Images
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Até o momento, não há muitas informações sobre a variante na prática. Porém, pesquisadores da África do Sul acreditam que o risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes em quem teve Covid-19

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Ainda não se sabe se as mutações tornam o vírus mais eficiente em fugir da proteção oferecida pelas vacinas

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Países têm aumentado restrições para conter avanço da nova cepa

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Estudos reforçam a necessidade da vacinação contra a Ômicron

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Considerando que boa parte da população já fechou o ciclo vacinal, fica mais complicando acompanhar como a pandemia vai evoluir. A maioria dos casos é leve ou sem sintomas e, cada vez menos, as pessoas procuram o serviço de saúde para atendimento ou teste. Sem saber o número real de infectados, o governo não consegue definir estratégias para controlar o avanço do coronavírus.

“Não precisamos fazer uma megacampanha de testagem em massa, não temos nem braço para isso e precisamos ser pragmáticos sobre onde vamos colocar recursos. É importante testar nos contatos dos casos, algo que nunca fizemos com o cuidado necessário. Assim, a gente conseguiria quebrar a cadeia de transmissão ali”, ensina o professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) Mauro Niskier Sanchez.

A epidemiologista Lígia lembra que é importante investir em testes que tenham resultados rápidos, que informem se o paciente está infectado em 15 ou 20 minutos. Se é preciso esperar 24h, o indivíduo pode continuar circulando e acabar contaminando outras pessoas. “Se identificarmos os casos positivos, o paciente pode fazer o autoisolamento, usar a máscara se não estivesse utilizando. A chance de essa epidemia desaparecer em curto prazo é muito pequena”, aponta a estudiosa.

Nova variante e influenza

Mesmo o Brasil estando em uma situação com indicadores da pandemia muito melhores, a variante Ômicron pode bagunçar todo o cenário. Se as informações preliminares sobre a alta transmissibilidade da cepa se confirmarem, corre o risco de o país passar por mais uma onda de Covid-19, mesmo que menos mortes sejam registradas.

O que preocupa os especialistas é que, se forem muitos casos, ainda que a maioria seja assintomática ou de sintomas leves, o Sistema Único de Saúde (SUS), provavelmente, acabará pressionado e terá dificuldades para atender os pacientes que desenvolverem quadros graves.

A testagem de Covid-19 também é importante para diferenciar a doença de outras condições que têm sintomas iniciais semelhantes à infecção pelo coronavírus. A dengue, por exemplo, tem os primeiros sinais muito parecidos com a doença causada pelo Sars-CoV-2: dor no corpo, fadiga e febre.

A influenza, responsável pela epidemia no Rio de Janeiro, também é confundida com a Covid-19 com muita facilidade. O professor Mauro lembra que cada nova variante vem com um conjunto diferente de sintomas que dificultam o diagnóstico clínico sem exame.

Quais são os sintomas mais comuns da variante Ômicron até o momento?

Saber exatamente o que o paciente tem é importante não só para definir o curso de tratamento ideal mas para ajudar as autoridades sanitárias a criar estratégias que correspondam ao cenário epidemiológico.

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