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“Ela não é um vegetal. Ela é tudo para mim”, diz mãe de paciente com hidrocefalia

Mãe de maranhense com hidrocefalia conta que o prognóstico era de apenas 3 meses de vida. Paciente já tem 30 anos

atualizado

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Arquivo pessoal
Pessoa com hidrocefalia acamada
1 de 1 Pessoa com hidrocefalia acamada - Foto: Arquivo pessoal

Logo após o parto, Adalgisa Soares Alves, de 48 anos, recebeu a notícia dos médicos de que sua filha, Graziely Alves Régis, viveria apenas três meses. A menina nasceu com hidrocefalia congênita, condição na qual há acúmulo de líquidos na cabeça do bebê. Contrariando as expectativas, porém, Graziely está prestes a completar 30 anos em julho próximo.

Para a mãe de Graziely, o prognóstico de morte só pode ser superado devido à determinação e vontade de vencer da filha. “Ela é extremamente forte e muito bem cuidada. No que depender de mim, ela viverá por muito mais tempo, pois está cercada por pessoas que a amam”, afirma Adalgisa.

A hidrocefalia fez com que a cabeça de Graziely crescesse três vezes mais que o normal. A condição, que não tem cura, provocou ainda a perda de visão, a perda da fala e a limitação dos movimentos da jovem, que vive acamada desde que nasceu, em São Luís (MA).

A causa do problema foi uma rubéola que Adalgisa teve durante a gravidez. “Passei por um ultrassom durante a gestão para descobrir porque minha barriga doía. O resultado apontou que a cabeça de Grazi havia crescido consideravelmente e que o parto teria que ser cesáreo”, diz.

“Ela não é um vegetal”

A mãe conta que não a deixaram ver Graziely após o parto. Mais tarde naquele mesmo dia dia, Adalgisa foi até o berçário para conhecer a filha. “Foi a única vez que chorei ao vê-la. Os médicos não me explicaram como era a condição dela, aquilo me assustou, mas depois desse dia passei a ficar horas ao seu lado”, conta.

A condição tem tratamento, por meio de uma cirurgia para inserir um dreno no cérebro. Os médicos conseguiram evitar que o problema progredisse mais. No entanto, não foi possível reverter a situação pois o crânio já havia se expandido.

Apesar de não enxergar, não andar e nem falar, Adalgisa garante que a filha entende, sente e ouve. “Os médicos diziam que ela não tem cérebro e não entende nada. Mas como pode alguém sem cérebro sorrir, esboçar reações e se alimentar sem o auxílio de sondas? Ela sente quando estamos perto e sorri quando é abraçada. Ela não é um vegetal. Ela é minha filha”, afirma.

O neurologista Carlos Enrique Uribe, de Brasília, informa que, de acordo com o quadro descrito pela mãe, provavelmente algumas partes do cérebro não foram afetadas, o que permite à paciente realizar movimentos básicos como, por exemplo, deglutir alimentos. “Agora, pelo estado em que a cabeça dela ficou, as lesões não permitem interações mais elaboradas com o meio ou com outras pessoas”, diz Uribe.

Ela vai continuar a vencer

A mãe era cobradora de ônibus, mas precisou sair do emprego para se dedicar exclusivamente à filha, já que Graziely tinha o sistema imunológico frágil ao nascer. Atualmente, porém, Adalgisa conta que a filha quase não fica doente ou tem convulsões como as de quando era criança.

“É uma vida normal. É o nosso normal. Ela é tudo para mim, dou banho, visto e alimento. Faço tudo com um sorriso no rosto e não pediria que fosse diferente. Nós somos felizes assim. Ela venceu e vai continuar a vencer, pois o nosso amor é muito mais forte do que qualquer doença”, destaca Adalgisa.

Adalgisa tem uma página no instagram no qual conta a história da filha e publica fotos do cotidiano familiar. Ela pede ajuda para os gastos necessários para manter Graziely bem.

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