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Covid-19: cientistas sugerem reabertura gradual mesmo após vacinação

A partir de modelos matemáticos, pesquisadores mostraram que a eficácia atual das vacinas exige que medidas de controle sejam mantidas

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Vacinação de idosos de 75 anos na UBS 2, na Asa Norte
1 de 1 Vacinação de idosos de 75 anos na UBS 2, na Asa Norte - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um estudo feito no Reino Unido, publicado nesta sexta-feira (18/3), na revista científica The Lancet, sugere que apenas a vacinação não será capaz de prevenir a propagação da Covid-19, caso as medidas de controle de transmissão sejam abandonadas.

No artigo, os pesquisadores da Universidade de Warwick destacam que os imunizantes aprovados até então demonstraram eficácia na prevenção de casos moderados e graves da doenças, mas ainda não está claro até que ponto previnem contra a infecção. Além disso, nenhuma vacina garante 100% de proteção, então é possível que ocorram mortes mesmo entre as pessoas vacinadas.

Os cientistas calcularam quantas pessoas do Reino Unido podem morrer pela Covid-19 de janeiro de 2021 até janeiro de 2024, em diferentes cenários de relaxamento das medidas, com uma vacina que oferece 85% de proteção contra a infecção.

Na previsão, o relaxamento de medidas necessárias ao controle do vírus em fevereiro de 2021 poderia levar a uma onda de infecções com pico de 1.670 mortes por dia no país. Por outro lado, a liberação gradual ao longo de cinco meses ou 10 meses leva a ondas muito menores, com pico em 430 e 46 mortes por dia, respectivamente.

“A liberação súbita de restrições pode levar a uma grande onda de infecção, enquanto a flexibilização gradual das medidas por um período de muitos meses poderia reduzir o pico de ondas futuras”, disse o co-autor do estudo, Matt Keeling, da Universidade de Warwick.

Por isso, os cientistas sugerem que, mesmo após a vacinação, os governos continuem a dar a devida importância as estratégias de prevenção como o uso de máscaras em ambiente de alto risco, a higienização das mãos, o distanciamento físico e social e as medidas de bloqueio, como o lockdown, e o rastreamento de casos por meio de testagem por algum tempo.

O modelo da pesquisa não levou em consideração o surgimento de novas variantes, consideradas mais contagiosos e resistentes às vacinas. O Reino Unido enfrenta o terceiro lockdown, com medidas mais rígidas de isolamento desde janeiro. Três meses depois, o país se prepara para retomar as atividades de forma gradual até meados de junho.

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