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Além de SP, Santa Catarina investiga casos de mutação do coronavírus. No DF, não há notificação

Brasil pode ter seis casos da infecção. Variação é a mesma do Reino Unido e pode ser até 70% mais transmissível que cepa original

atualizado

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ilustração de coronavírus
1 de 1 ilustração de coronavírus - Foto: GettyImages

A nova variante de Covid-19, detectada pela primeira vez no Reino Unido, pode ter feito pelo menos seis vítimas no Brasil. De acordo com dados divulgados nessa quinta-feira (31/12) pelo laboratório de diagnóstico Dasa, dois possíveis casos da infecção seriam em São Paulo. Outros dois são investigados no estado pelo Instituto Adolfo Lutz. Em Santa Catarina, há também duas suspeitas semelhantes em apuração pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC). A mutação do vírus, que seria mais transmissível, já foi detectada em pelo menos 17 países.

De acordo com a Dasa, os casos de São Paulo foram comunicados ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária. Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do estado, afirmou que os pacientes já confirmados pelo laboratório são um homem e uma mulher que retornaram ao Brasil após uma viagem do Reino Unido. Os dois pacientes infectados de Santa Catarina haviam viajado para Londres, na Inglaterra.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou ao Metrópoles que não há notificação de nenhum caso no DF da nova variante encontrada em outros países.

Ainda não há resultados clínicos que comprovem se a cepa identificada em São Paulo é a do tipo mais transmissível, de acordo com Jean Gorinchteyn. Já se sabe, contudo, que o vírus tem como origem o Reino Unido, o que torna grande a possibilidade de tratar-se da nova cepa.

“Agora a gente está olhando a sequência de uma forma clara – cada uma das bandas genéticas desse vírus – para saber se ele tem as modificações estruturais similares às modificações apresentadas e identificadas no Reino Unido”, afirmou Gorinchteyn à CNN Brasil.

Em nota ao Metrópoles, a secretaria estadual de Saúde afirmou, na quinta-feira (31/12), que o Adolfo Lutz fará, em até 48 horas, o sequenciamento genético para identificação da linhagem.

Em Santa Catarina, os casos suspeitos foram testados e as amostras remetidas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O resultado da análise ainda não foi liberado.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, todos os contatos indicados foram identificados e orientados sobre o isolamento social, além de serem monitorados pelo órgão.

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Cepa no Reino Unido
Em 19 de dezembro, o consultor médico chefe da Inglaterra, Chris Whitty, afirmou que a variante do novo coronavírus localizada no Reino Unido pode se espalhar mais rápido.

A informação, segundo ele, foi revelada por um estudo preliminar sobre a nova mutação. Não há evidências, porém, de que essa variante seja mais mortal.

“Como resultado da rápida disseminação da nova variante, dados de modelagem preliminares e taxas de incidência em rápido aumento no sudeste, o país agora considera que a nova cepa pode se espalhar mais rapidamente”, disse o médico.

De acordo com o diretor médico da Dasa, Gustavo Campana, é comum que um vírus sofra mutação, mas é importante acompanhar o que há de diferente entre a cepa e o vírus original.

“A principal diferença [dessa mutação] é essa taxa de transmissibilidade e infectividade. […] Essa cepa já tem uma característica de ter mais afinidade para entrar na célula. Ou seja, tem uma transmissibilidade maior”, afirmou.

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