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Sob forte calor, fãs enfrentam até 2h em fila de 1,5 km para se despedir de Pelé

Velório de Pelé vai durar até as 10h de terça-feira (3/1), quando está previsto um cortejo pelas ruas de Santos antes do sepultamento

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Imagem colorida mostra Fãs fazem fila para se despedir de Pelé na Vila Belmiro - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Fãs fazem fila para se despedir de Pelé na Vila Belmiro - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Santos – Com o caixão de Pelé colocado no centro do gramado da Vila Belmiro, autoridades e fãs começaram a se despedir do Rei do Futebol, na manhã desta segunda-feira (2/1), em Santos, no litoral paulista.

Uma multidão formou fila em frente ao estádio Urbano Caldeira para conseguir acessar o campo e ver de perto o corpo de Edson Arantes do Nascimento, que morreu aos 82 anos, na última quinta-feira (29/12).

Segundo a Polícia Militar, a fila já tem 1,5 km de extensão. Os fãs de Pelé têm aguardado cerca de duas horas em pé, sob um calor de 29ºC, para ver o ídolo pela última vez. Até o meio da tarde, cerca de 7 mil pessoas já haviam passado pelo local, segundo os organizadores.

“A gente já esperava esse tamanho, é um evento histórico. Vamos tentar entrar. Sendo otimista, cálculo uma duas horas para chegar lá (dentro do estádio)”, disse a psicanalista Denise Arduim.

Desde cedo, familiares de Pelé estão na Vila Belmiro para despedir do Rei do Futebol, que deixa seis filhos, a esposa, Marcia Aoki, e sua mãe Celeste, de 100 anos.

Edinho, filho de Pelé que seguiu a carreira de jogador e hoje é treinador do Londrina, publicou em suas redes que o corpo do maior jogador da história do futebol estava “em casa”, se referindo à Vila Belmiro, estádio do Santos

Autoridades como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já compareceram ao velório para prestar uma última homenagem a Pelé.

Velório

Os fãs que vão se despedir de Pelé terão acesso pelos portões 2 e 3 da Vila Belmiro. Foram instalados gradis no gramado para orientar o público a formar a fila que passará próximo do corpo. As autoridades terão acesso pelo portão 10 do estádio.

A previsão é que o velório termine às 10h de terça-feira (3/1). Em seguida, o corpo sairá em cortejo pelas ruas de Santos, passará pelo canal 6, onde ainda mora a mãe de Pelé, dona Celeste, e terminará no Memorial Necrópole Ecumênica, para ser sepultado.

O corpo de Pelé saiu do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, às 2h desta segunda-feira, e foi escoltado pelo Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar durante o trajeto até o estádio do Santos Futebol Clube. O translado durou menos de duas horas.

Nos arredores da Vila Belmiro, integrantes de torcidas organizadas do clube esperavam a chegada do maior jogador de futebol da história. Eles soltaram fogos de artifício em homenagem ao camisa 10.

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Fãs viajaram de outros estados

Por volta das 7h, muita gente que viajou para prestar a última homenagem ao ídolo já chegava à Vila Belmiro. Pelé morreu na última quinta-feira (29/12), em decorrência de um câncer no cólon.

O metalúrgico aposentado Airton Carvalho, de 60 anos, veio de Jundiaí com toda a família – filha, filho e neto. “A gente veio prestar a homenagem para o maior. O que ele fez ninguém faz. O que os grandes jogadores fazem hoje ele já fazia lá atrás, e com gramados muito piores. Vai ficar um vazio muito grande para a gente, principalmente para a gente que é santista.”

Já a também aposentada Silene Rego, de 61 anos, mora em frente ao estádio santista há 10 anos e é uma assídua frequentadora dos jogos santistas. “Dia histórico. Não consegui dormir a noite toda. Santos não seria nada sem Pelé. O Santos tem essa torcida enorme por causa do Pelé.”

Antônio Rangel, de 65 anos, saiu de Curitiba na noite de domingo (1º/1), para estar logo cedo na Vila Belmiro. Ele, que costuma viajar para Santos para assistir a jogos do clube do coração, conta que a maior frustração de sua vida é não ter visto o rei jogar.

“Dia muito triste para o mundo inteiro. Sem comentários, só tristeza. Eu não consegui ver o rei jogar, mas sempre ouvi as histórias do meu pai”, contou Rangel.

Já o servidor federal Clodoaldo Leitão de Melo tem a história de vida intimamente ligada ao Santos. “Meu pai homenageou o Clodoaldo [ídolo do Santos] no meu nome. Então, eu vim para cá para homenagear o Pelé. “Significa muito para mim, é de coração. Por isso fiz esse sacrifício para vir”, afirma. Ele pegou um avião para ir de Cuiabá a Santos.

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