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Em meio a carência de leitos, hospital do DF inaugura maternidade

Ala do Hospital Santa Luzia vai contar com 20 leitos para UTI Neonatal, segunda maior oferta na rede particular do DF

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
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1 de 1 maternidade santa Luzia8 - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

A cada ano, em torno de 45 mil crianças nascem no Distrito Federal. Os dados mais recentes colhidos pela Secretaria de Saúde (SES-DF), de 2015, colocam a taxa de natalidade da capital acima da média nacional: são 15,8 partos brasilienses, a cada 100 mil habitantes, contra 14,16 no somatório das unidades da Federação. Dentre os 46.050 bebês que vieram ao mundo no DF há dois anos, 4.979 nasceram prematuros, o que representa 10,78% do total. Apesar do alto número, os moradores de Brasília ainda sofrem com a carência de maternidades e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais.

De acordo com a SES-DF, em toda a rede pública há apenas 128 leitos em UTI neonatais, divididos entre hospitais regionais de Ceilândia, Sobradinho, Taguatinga e Santa Maria, além do Hospital de Base (HBDF), Universitário de Brasília (HUB) e Materno-Infantil (HMIB). Até nas unidades particulares, a oferta é baixa, já que a maior UTI neonatal privada do DF, a Maternidade Brasília, tem apenas 32 leitos. Em meio a esse cenário, a capital deve ganhar um reforço importante na próxima semana com a reabertura da maternidade do Hospital Santa Luzia.

Reinaugurado após um período de 15 meses com as portas fechadas, o local vai oferecer 20 leitos de UTI neonatal. De acordo com a direção, o Santa Luzia ocupará a segunda posição entre as unidades particulares do tipo no DF, em número de vagas.

“A reabertura vai ter um impacto social grande. Brasília está carente de leitos de maternidade e de UTI neonatal. Nos últimos tempos, os hospitais fecharam as portas e o número de vagas para mães e bebês na capital diminuiu bastante”, explica a coordenadora da Maternidade do Hospital Santa Luzia, dra. Ana Marily Soriano.

De acordo com a médica, a UTI neonatal é essencial para a sobrevivência de bebês prematuros ou que nascem com algum problema de saúde. “Essas unidades admitem crianças com até 28 dias de vida. Assim que o pequeno nasce, é avaliado pelo pediatra e, caso seja identificada alguma complicação, é tratado na UTI neonatal”, detalha. “Isso vale tanto para problemas apontados ainda no útero da mãe quanto para questões diagnosticadas apenas após o nascimento”, esclarece Ana Marily.

Veja imagens da nova maternidade:

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Inovações
A área de emergência da maternidade dispõe de entrada própria e as gestantes não têm contato com outros pacientes do pronto-socorro regular. São três consultórios, além de sala para exames. Já os setores de pré-operatório e pré-parto do Santa Luzia contam com espaços exclusivos para a grávida e o acompanhante. É nesse local que tanto mulheres em trabalho de parto quanto as que aguardam a cesárea ficam instaladas e passam pelo acompanhamento da equipe de enfermagem.

Além da UTI, a maternidade do hospital também terá 30 apartamentos para internação, nos quais as mães permanecerão juntas aos filhos desde o nascimento. A unidade terá ainda quatro salas de parto que, segundo a direção, são inovadoras. “Três delas vão contar com um visor que permite aos familiares assistirem ao parto em tempo real. A outra tem o objetivo de estimular o parto natural, com utensílios específicos”, afirma o diretor técnico do Santa Luzia, dr. Frederico Cavalcanti Costa (foto em destaque).

A Sala Delivery tem banheiro adaptado para o conforto da grávida prestes a dar à luz, com banheira, além da banqueta específica para o parto e bola suíça. O hospital também está aberto à presença de doulas. “São uma ajuda positiva para a gestante. Queremos contar com doulas cadastradas para o trabalho aqui na maternidade”, disse Costa. Ele explica que a nova maternidade tem também um quarto vip, com quatro opções de pacotes de hotelaria. E, no fim deste mês, o hospital deverá voltar a oferecer os cursos de gestante para a comunidade.

Para o obstetra e professor da Universidade Católica de Brasília Fábio Passos, a estrutura hospitalar e o fluxo de entrada das gestantes são essenciais a um bom parto. “É importante pensar em termos de segurança, mas também de acolhimento. No momento do parto, é como se a mulher estivesse se aninhando. Portanto, quanto mais privativo o ambiente melhor. A existência de uma emergência específica para as grávidas, por exemplo, pode deixá-las mais confortáveis”, explica.

Ainda de acordo com o médico, um outro fator essencial ao bem-estar da mãe é a convivência com o filho desde o nascimento. “A mulher que precisa ser separada do bebê já muda de humor em cinco minutos. O contato precoce com a criança e a manutenção dele durante todo o tempo é importantíssima. Para a mãe, são nítidos os benefícios dessa aproximação”, finaliza Passos.

Reforma
Segundo o diretor-técnico do Hospital Santa Luzia, a maternidade passou por reformas nos últimos quatro meses e está equipada com aparelhos de ponta. “Agora estamos no mesmo nível que as maiores unidades do país. O Santa Luzia sempre teve tradição na área materno-infantil no Distrito Federal e estamos reabrindo a maternidade com uma nova estrutura e equipe”, explica Costa.

Apresentada nesta terça-feira (8/8), a maternidade do hospital funcionará oficialmente a partir da próxima segunda (14). Segundo a direção, a equipe da unidade será composta por 30 pediatras, sob a coordenação da doutora Ana Marily Soriano. Já a parte obstétrica ficará por conta dos médicos Valdecir Bueno e Guaraci Beleza.

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