metropoles.com

Deputados distritais querem ampliar poder sobre orçamento do DF

Projeto de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) obriga o Palácio do Buriti a gastar percentual da receita da forma como a Câmara Legislativa apontar

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
Fachadas dos prédios públicos em Brasília – Brasília(DF), 23/09/2015
1 de 1 Fachadas dos prédios públicos em Brasília – Brasília(DF), 23/09/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Avança na Câmara Legislativa o Projeto de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) nº 7/2019, que obriga o Palácio do Buriti a gastar percentual até 1% da Receita Corrente Líquida (RCL), cerca de R$ 230 milhões, da forma como os deputados distritais definirem. Com isso, a Casa amplia o poder sobre o orçamento do GDF.

Os parlamentares já tinham sinal verde para impor suas emendas individuais, conquista aprovada em 2014. Se a nova proposta for validada, poderão destinar recursos referentes às emendas coletivas também. O projeto passou, nessa terça-feira (9/4), pelas comissões Especial de Propostas de Emendas à Lei Orgânica (Cepelo) e de Constituição e Justiça (CCJ).

O Pelo nº 7/2019 está pronto para ser apreciado no plenário da Casa. Para ser aprovado, o texto precisa ser votado em dois turnos, alcançando, no mínimo, 16 votos favoráveis em cada escrutínio.

Atualmente, o orçamento impositivo já funciona no Distrito Federal. Em 2014, na gestão de Agnelo Queiroz (PT), outra Pelo tornou obrigatória a execução de emendas individuais dos distritais. Desde então, os parlamentares podem destinar recursos para investimentos, manutenção e desenvolvimento do ensino ou a ações em serviço público de saúde e infraestrutura urbana, no limite de 2% da RCL do DF, equivalente a cerca de R$ 460 milhões.

Caso a nova proposta seja aprovada em plenário, mais 1% da RCL será reservada aos distritais para a execução obrigatória de emendas coletivas, de bancada ou bloco parlamentar. Em valores atuais, o montante total à disposição dos deputados seria de quase R$ 700 milhões.

O texto prevê que as emendas coletivas serão destinadas, exclusivamente, para despesas de capital — como aquisição de equipamentos, realização de obras e compra de imóveis — e que serão de execução obrigatória, ressalvados os impedimentos de ordem técnica.

O novo projeto é assinado por nove distritais (veja a íntegra abaixo), sendo a maioria da base do governo – entre eles, o presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB), mesmo partido do governador Ibaneis Rocha (MDB).

“Acreditamos que, dessa forma, fica restabelecido o equilíbrio entre os Poderes envolvidos. De um lado, o Poder Executivo mantém sua prerrogativa de avaliar receitas e despesas. De outro, ao Legislativo é resguardada sua participação na elaboração de políticas públicas”, justificam os parlamentares na proposta. Eles citam a aprovação recente, no Congresso Nacional, de iniciativa semelhante.

O Palácio do Buriti já mandou um recado aos distritais: é contra a vinculação de mais recursos e vai trabalhar para derrubar o projeto. Alega que o momento financeiro é delicado.

Afirma que, além de herdar dívidas que somam R$ 12 bilhões, acaba de perder, por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), receita equivalente a R$ 700 milhões por ano, referente ao Imposto de Renda recolhido de servidores pagos com recursos do Fundo Constitucional do DF. Somado a isso, deve pagar a conta retroativa do montante embolsado nos últimos anos, um total de R$ 10 bilhões.

Desvinculação
“Tecnicamente, a vinculação prejudica o orçamento e demonstraremos isso aos parlamentes. Em termos de orçamento, União e Distrito Federal trabalham no sentido contrário, ou seja, buscam a desvinculação como meio para viabilizar melhor atendimento das necessidades da população”, disse o secretário de Fazenda, André Clemente, ao Metrópoles.

Em nota, a pasta complementou as informações e explicou que de acordo com a Lei Orçamentária de 2019, e considerando o conceito de despesa obrigatória fixado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), existe um total de 85,97% dos recursos que o GDF pode movimentar livremente (Fonte 100: Tesouro) comprometido com o pagamento de despesas obrigatórias. Isto corresponde a R$ 15,5 bilhões.

Alterações como a vinculação do orçamento poderiam prejudicar essa performance. “No entanto, esse percentual chega a 95% dos recursos da Fonte 100, se forem incluídas outras despesas essenciais ao Estado, como por exemplo: serviço de limpeza urbana, manutenção de bens imóveis, manutenção de serviços administrativos gerais, ressarcimentos, indenizações e restituições e, ainda, compromissos como o pagamento de licença-prêmio convertida em pecúnia”,d estaca a nota.

Veja a íntegra da proposta:

PELO 7-2019 by on Scribd

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?