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Hezbollah recrutou brasileiros dispostos a matar e sequestrar

Um dos brasileiros investigados pela PF foi até Beirute, no Líbano, para se encontrar com integrante do Hezbollah

atualizado

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Stringer – Anadolu Agency
Hezbollah
1 de 1 Hezbollah - Foto: Stringer – Anadolu Agency

Um dos investigados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Trapiche revelou aos policiais que foi a Beirute, no Líbano, para se encontrar com um integrante do grupo radical libanês Hezbollah. Segundo o depoimento, os terroristas buscavam brasileiros dispostos a matar e sequestrar.

Os alvos seriam prédios da comunidade judaica do Brasil. O homem, que não teve a identidade revelada, foi alvo de busca e apreensão. Os policiais ainda avaliam se vão pedir a prisão do suspeito.

Outros dois brasileiros foram presos na quarta-feira (8/11), quando a operação foi deflagrada. Ambos foram detidos em São Paulo; um deles, inclusive, foi localizado no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O homem voltava de uma viagem ao Líbano.

Ele informou que a viagem se deu por conta de uma negociação de minérios e insumos agrícolas. A versão, contudo, não convenceu os investigadores.

Durante a operação, os investigadores também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte, em Minas Gerais e no Distrito Federal.

Um dos principais investigados, e que também teve um mandado de prisão expedido, é um sírio naturalizado brasileiro. Contudo, como ele está em Beirute, a ordem da Justiça brasileira não pode ser cumprida. O suspeito será detido apenas se deixar o território libanês.

No Brasil, o suspeito tem casa em Belo Horizonte e comércios espalhados em Minas Gerais e no Distrito Federal. Os investigadores fizeram buscas em todos os locais. Há evidências de que o brasileiro participou de treinamentos com guerrilheiros do Hezbollah contra o Estado Islâmico.

Recrutadores e recrutados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.

Hezbollah

O Hezbollah, cujo nome significa “Partido de Deus”, é uma organização que surgiu durante a guerra civil no Líbano na década de 1980. Influenciado pelo Irã e apoiado pela Síria, o grupo concentra-se na resistência contra Israel e na promoção da influência xiita no Oriente Médio.

A prática de doutrinar simpatizantes e apoiadores em outros países é recorrente entre as lideranças de organização fundamentalista, que se aliou ao grupo palestino Hamas no conflito com Israel.

O grupo surgiu em resposta à ocupação israelense no sul do Líbano. Inspirado e apoiado pelo Irã, o Hezbollah rapidamente se tornou uma força de resistência contra Israel. Sua ala militar é considerada uma das mais poderosas da região, tendo lançado ataques bem-sucedidos contra alvos israelenses.

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Milícias xiitas seguram a bandeira do Hezbollah depois que as forças iraquianas entraram na cidade de Amirli, no norte, que estava sob cerco de militantes do Estado Islâmico por mais de dois meses em Saladino, Iraque, em 31 de agosto de 2014
Os combatentes libaneses do Hezbollah participam de ataques transfronteiriços, parte de um exercício militar em grande escala, em Aaramta, na fronteira com Israel, em 21 de maio de 2023, antes do aniversário da retirada de Israel do sul do Líbano em 2000
Praça em Teerã enquanto o secretário-geral do Hezbollah do Líbano, Hassan Nasrallah, faz um discurso, em 3 de novembro de 2023
Grupos armados Hezbollah e Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) durante uma visita guiada à imprensa na cidade de Arsal em 2017
O chefe da unidade do Hezbollah ajuda um apoiador do Hezbollah a segurar sua boina
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Hezbollah em ação

Marwan Naamani/dpa (Photo by Marwan Naamani/picture alliance via Getty Images
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Milícias xiitas seguram a bandeira do Hezbollah depois que as forças iraquianas entraram na cidade de Amirli, no norte, que estava sob cerco de militantes do Estado Islâmico por mais de dois meses em Saladino, Iraque, em 31 de agosto de 2014

Stringer - Anadolu Agency
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Os combatentes libaneses do Hezbollah participam de ataques transfronteiriços, parte de um exercício militar em grande escala, em Aaramta, na fronteira com Israel, em 21 de maio de 2023, antes do aniversário da retirada de Israel do sul do Líbano em 2000

Fadel Itani/NurPhoto via Getty Images
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Praça em Teerã enquanto o secretário-geral do Hezbollah do Líbano, Hassan Nasrallah, faz um discurso, em 3 de novembro de 2023

Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images
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Grupos armados Hezbollah e Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) durante uma visita guiada à imprensa na cidade de Arsal em 2017

Ratib Al Safadi/Anadolu Agency/Getty Images
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O chefe da unidade do Hezbollah ajuda um apoiador do Hezbollah a segurar sua boina

Manu Brabo/Getty Images
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Hassan Nasrallah falou em Beirute sobre o ataque do exército israelense a Gaza e alertou Israel sobre um possível ataque ao Líbano em novembro de 2023

Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images
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Uma foto do falecido comandante militar pró-iraniano do Hezbollah, Imad Moghnieh, ao fundo enquanto combatentes participam de um exercício militar encenado

Marwan Naamani/picture alliance via Getty Images

Além de suas atividades militares, o Hezbollah é uma força política influente no Líbano, com representação no Parlamento e participação no governo. Seu apoio a causas xiitas e sua lealdade ao Irã o colocaram em desacordo com nações ocidentais e árabes sunitas.

Seu papel na resistência contra Israel e sua presença política contínua no Líbano o tornam uma força determinante na região, e há grande temor pela entrada de seus combatentes no conflito atual.

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