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Covid-19: cidade do DF com menor taxa de isolamento é a que mais tem mortes

Regiões com maior redução dos índices de isolamento social registraram 53,7% dos óbitos. Ceilândia lidera

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Hugo Barreto/Metrópoles
Pessoas caminham pelas ruas de Ceilândia
1 de 1 Pessoas caminham pelas ruas de Ceilândia - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A cidade com a menor taxa de isolamento do Distrito Federal tem o maior número de mortes pelo novo coronavírus. Segundo o Governo do DF (GDF), apenas 31% da população de Ceilândia cumpre o distanciamento social. Nessa quinta-feira (28/05), o número de vidas perdidas na região administrativa para a Covid-19 chegou a 29.

O isolamento social é uma das medidas recomendadas pelo Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar a propagação da pandemia do novo coronavírus. Mas a orientação é ignorada por parte da população. Conforme pesquisa da Casa Civil do DF, a taxa de adesão chegou a 80% em 31 de março. Mas, desde 1º abril vem caindo, ficando em 39,6% nessa quinta-feira  (28/05).

Confira os dados do isolamento social no DF: 

 

Ceilândia faz parte do grupo de 10 cidades do DF onde houve maior queda no isolamento entre 1º de abril e 28 maio. Foram 17 pontos percentuais de adesão perdidos. Essas regiões administrativas concentram o maior número de mortes causadas pelo coronavírus. Até quinta-feira (28/05), o DF registrou 132 óbitos em decorrência da doença — 71 vítimas moravam nessas localidades. Ou seja, representam 53,7% dos óbitos por região.

O fenômeno se repete em Samambaia. O isolamento na cidade caiu de 51% para 40%. E o número de mortos chegou a 20. No Guará, a taxa de adesão recuou de 63% para 48%. A cidade perdeu nove moradores. Em Planaltina, 55% da população seguia no isolamento no começo de abril, contra apenas 35% em 28 de maio. Seis residentes da vizinhança morreram.

Jardim Botânico, Sobradinho I, Sobradinho II, Brazlândia, Riacho Fundo (I e II) e Cruzeiro completam a lista das 10 regiões com maior queda de participação no isolamento. Por outro lado, a adesão é grande no Lago Norte, Gama e Lago Sul, com taxas de 63%, 59% e 54%, respectivamente.

Veja os números por Região Administrativa:

 

Chama atenção o caso do Recanto das Emas, onde o isolamento social aumentou de 42% para 43%. Ainda assim, a cidade registrou 10 óbitos causados pela Covid-19.

Mais de 3 mil vidas salvas

Do ponto de vista do subsecretário de Inovação da Casa Civil do DF, Paulo Medeiro, responsável pelo monitoramento do isolamento nas regiões administrativas, os principais focos de contágio são as aglomerações de pessoas. A movimentação de moradores em Ceilândia voltou a ser a mesma do período antes da pandemia, por exemplo. Outros fatores são a falta de práticas de higienização e o uso adequado de máscaras.

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Segundo Medeiro, apesar do aumento de pessoas contagiadas e de mortes, a pandemia está sob controle no DF. “Grande parte da população tem consciência que precisa ficar em casa. E tem se mantido em casa”, afirmou. De acordo com as projeções do GDF, o isolamento social e outras medidas geraram resultados na batalha contra a Covid-19.

“Nessa quinta-feira, tivemos 132 mortes no DF. Se a gente não tivesse feito nada, hoje teríamos mais de 3.500 óbitos. Ou seja, se o governador Ibaneis Rocha (MDB) não tivesse tomado a decisão de fechamento no início da pandemia, nós teríamos mais de 3.500 óbitos”, afirmou Medeiro. O GDF colocou em marcha ações de conscientização nas regiões com maior quantidade de aglomerações.

Flexibilização gradual

Com a retomada gradual das atividades econômicas, a Casa Civil passou a monitorar a movimentação de pessoas nas áreas exclusivamente residenciais, centros comerciais, varejo de alimentos, farmácias, drogarias, parques, transporte público, repartições públicas e representações internacionais.

Nas áreas residenciais, o isolamento é de somente 36%. A retomada dos shoppings e centros comercias teve um movimento muito pequeno. A taxa de movimentação cresceu sete pontos percentuais. Em números absolutos, foram 17 mil pessoas circulando pelos estabelecimentos, em grande parte funcionários. Para Medeiro, o impacto será medido com precisão dentro de três semanas.

Do ponto de vista do subsecretário, na batalha contra a Covid-19, a cada nova decisão deve-se esperar pelo menos duas semanas para analisar os resultados e impactos das ações anteriores. O transporte público também ainda não sentiu o impacto das 450 mil viagens, em média, realizadas por dia ao longo da pandemia. Antes da crise, o volume era de 1,4 milhão de viagens diárias.

Movimento no varejo e nas farmácias

Por outro lado, durante a pandemia, o movimento nos supermercados e demais empresas de varejo de alimentos teve aumento. Antes da adoção de medidas restritivas no DF, a média diária era de 518 mil pessoas circulando por dia nesses estabelecimentos. Hoje, são 610 mil pessoas transitando todo dia para comprar comida.

Nas drogarias, a média de clientes era de 396 mil por dia. Até quinta-feira (28/05), o número saltou para 702 mil. “Muitas pessoas evitam os hospitais, com medo. Mas acharam nas farmácias uma maneira de solucionar os problemas de saúde sem correr tanto risco”, ponderou o representante da Casa Civil.

De acordo com Medeiro, o GDF vai montar um grupo de trabalho para avaliar os cenários e as decisões do governo durante a retomada das atividades econômicas e sociais. A ideia é retomar as atividades sem colocar em risco a saúde e a vida da população ou estrangular o sistema de saúde. Na sequência, o governo pensará em medidas pós-pandemia e no cenário da nova economia passada a crise do coronavírus.

 

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