Conheça Hamilson, bancário que luta contra a evolução de doença rara
Casado e pai de um filho de 4 anos, Hamilson sofre síndrome degenerativa, mas trabalha todo dia e batalha para bancar tratamento no exterior
atualizado
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Em julho do ano passado, o Brasil perdeu um dos maiores atores televisivos de comédia, Guilherme Karan. Aos 58 anos, o artista não resistiu à luta contra uma doença degenerativa pouco conhecida da população, a síndrome de Machado-Joseph. Também chamada Ataxia Espinocerebelar tipo 3, ela afeta todos os movimentos do corpo e pode deixar os pacientes sem andar e falar, levando ao óbito em pouco tempo.
No Distrito Federal, um homem de 29 anos se tornou símbolo da luta contra a enfermidade. Funcionário do Banco de Brasília (BRB), Hamilson Leão Pires de Castro Freitas conta com a ajuda de parentes, amigos e colegas de trabalho para enfrentar as dificuldades diárias. Ainda assim, a batalha mais recente tem sido árdua: conseguir recursos para custear um tratamento experimental no exterior.
Hamilson mora com a esposa, a contadora Adriana de Souza Lima, 26 anos, e o filho Samuel, 4, no Jardins Mangueiral, Região Administrativa de São Sebastião, e conta que a síndrome de Machado-Joseph já afetou outros parentes. O pai dele também sofreu a enfermidade, mas não conseguiu tratamento e faleceu após alguns anos.
Quase todos os meus tios paternos têm a doença. Dos oito irmãos, apenas três não manifestaram os sintomas. Infelizmente, todos que têm a síndrome sentem muita dor, assim como eu
Hamilson Freitas, bancário
O bancário luta contra os efeitos da síndrome de Machado-Joseph desde 2013. Hoje, Hamilson tem dificuldades para falar, já não dirige mais, não consegue ficar em pé sozinho e precisa de ajuda para fazer praticamente tudo. Ainda assim, não fica em casa. Mesmo convivendo com a perda constante de equilíbrio, ele não lamenta as condições. Das limitações impostas pela doença, tira forças para manter uma vida ativa diariamente.
Trabalho, malhação e tarefas domésticas
A rotina inclui trabalho, academia, ajuda à esposa nos serviços domésticos e cuidados com o pequeno Samuel. Hamilson é bancário e resolve causas trabalhistas no BRB, no Setor Bancário Sul, desde 2012, um ano antes de sentir o primeiro sintoma da doença.
Juntos há sete anos, Hamilson e Adriana têm o dia a dia movimentado. A mulher leva o marido para o trabalho às 8h e o busca no fim do expediente. Depois disso, vão para academia e retornam para o Jardins Mangueiral.
Na quinta-feira (5), o casal recebeu o Metrópoles. A residência é adaptada para Hamilson. “Como praticamente toda a família tem a doença, foram criando modos de serem independentes. Um tio dele colocou cordas na altura das mãos. Ele o irmão montaram no teto”, detalhou Adriana.
Com as cordas, Hamilson consegue se locomover por todo o andar térreo da casa. No pavimento superior, ele se movimenta apoiando-se nas paredes.
“O Hamilson é muito guerreiro e está sempre me ajudando. Lava a louça e estende a roupa, mas não consegue guardar os pratos porque precisa estar sempre se apoiando em algo”, contou Adriana. A mulher, que acompanhou a evolução da doença do sogro, teme que o marido não consiga mais se locomover em breve. “Sempre soube que em algum momento os sintomas apareceriam, mas nunca deixamos de ter esperança”, destacou.
A determinação de Hamilson também desperta a admiração dos colegas de banco. A médica do Trabalho e coordenadora do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) do BRB, Priscilla Sabino, por exemplo, que acompanha Hamilson desde que ele apresentou os primeiros sintomas da síndrome, ressalta a força de vontade do paciente.
Ele é muito jovem e houve uma evolução desfavorável nos últimos 12 meses. Por isso, fizemos adaptações no banco para recebê-lo da melhor maneira possível
Priscilla Sabino, coordenadora do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional do BRB
Esperança no exterior
Recentemente, o irmão de Hamilson, que é médico, encontrou um tratamento experimental com células-tronco oferecido pela Beike Biotechnology, na cidade de Bangkok, capital da Tailândia. Mas apenas com as passagens, Hamilson e o irmão, que vai acompanhá-lo, gastarão cerca de R$ 10 mil.
Somando o deslocamento, hospedagem, consultas e o tratamento, o valor estimado é de US$ 35 mil, cerca de R$ 130 mil. A família não tem condições de custear o tratamento e, hoje, faz uma vaquinha para arrecadar os recursos.
Mãe escreveu livro
Uma das formas de angariar os valores veio por meio da mãe de Hamilson, Santana Freitas. A aposentada escreveu um livro no começo do ano e está direcionando todo o dinheiro arrecadado com a venda para o tratamento do filho.
A obra, “Estrada da Vida”, fala de humildade, de simplicidade, esperança e gratidão. O valor é R$ 50.
Para adquirir o livro, o interessado pode entrar em contato com a autora pelo telefone (61) 98362-4193 ou pelo email santana.escritora@gmail.com. Se preferir, pode-se procurar Hamilson no edifício do BRB do Setor Bancário Sul.
Além do livro, você pode contribuir para o tratamento do rapaz, através do site de doações on-line. Há ainda a possibilidade de depósito bancário.
Banco do Brasil
Agência: 1886-4
CC: 2614-X
CPF: 021.071.201-53
Santana P de C Freitas
Caixa Econômica Federal
Agência: 0002
Operação: 013
Conta: 25893-0
CPF:021.282.931-97
Hamilson Leão P de C Freitas
BRB
Agência: 0027
Conta poupança: 027.037677-1
CPF: 021.071.201-53
Hamilson Leão P de C Freitas