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Vídeos: confronto deixa indígenas feridos e policial atingido com flecha

Fumaça das bombas de gás lacrimogêneo lançadas atingiu policiais, funcionários da Câmara e indígenas

atualizado

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Igo Estrela/ Metrópoles
Indígenas manifestam na Esplanada
1 de 1 Indígenas manifestam na Esplanada - Foto: Igo Estrela/ Metrópoles

Um grupo de indígenas se manifestava em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília, na tarde desta terça-feira (22/6), quando começou um confronto com policiais militares e legislativos.

De acordo com informações obtidas pelo Metrópoles, três agentes foram feridos – um policial legislativo e um militar, além de um profissional da área administrativa da Câmara – por flechadas. O integrante da Polícia Legislativa, Ricardo Miranda, foi levado pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para atendimento no Hospital Santa Lúcia, onde seria submetido a uma cirurgia para retirada de uma flecha alojada na perna.

O agente administrativo, atingido no tórax, também foi levado ao Santa Lúcia, e está fora de perigo.

A PMDF confirmou também ferimento no pé de um integrante da corporação. Ele foi atendido ainda na Câmara e passa bem.

Vídeos gravados no local mostram que a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. Dentro do Anexo da Câmara dos Deputados, uma nuvem de fumaça cobria o espaço, impedindo que os manifestantes entrassem no prédio.

Veja vídeos:

Presente na manifestação, Gleiciane Moraes, militante de causas das minorias, contou que o grupo pretendia se concentrar em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi interrompido em frente à Câmara dos Deputados.

“Eu vi que eles [indígenas] foram desviados aqui para o Anexo da Câmara e foram recebidos a bala, muitas balas. Quando eu cheguei até aqui vi essa carnificina, várias pessoas feridas. Eles estão impedindo que cheguem até o STF”, afirmou.

Este não é o primeiro ato registrado no centro do poder em Brasília. No último dia 8, manifestantes de cinco etnias realizaram um protesto no Congresso Nacional contra a aprovação do Projeto de Lei nº 490, de 2007, proposta do governo que liberaria mineração comercial e agricultura em terras indígenas.

Lideranças afirmam que, caso o projeto seja aprovado, terras indígenas serão liberadas para exploração predatória, e novas demarcações ficariam inviabilizadas. Eles pedem que o projeto seja definitivamente retirado da pauta.

A matéria seria analisada pela Câmara nesta terça-feira (22/6). O Projeto de Lei nº 490, de 2007, prevê alterações nas regras de demarcação de terras e é visto como um enorme retrocesso pelos indígenas que têm protestado em Brasília há mais de uma semana. O texto regulamenta também a exploração de minérios nesses territórios.

A segurança foi reforçada na portaria do Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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Repercussão

Nas redes sociais, políticos e artistas se manifestaram sobre o tema. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) pediu que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tire o projeto da pauta.

A Liderança da Minoria na Câmara também se manifestou contra o que chamou de “violência e repressão”.

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